Lisboa: O sortilégio dos seus monumentos e das suas paixões!...
Queria ser como a gaivota
Que de manhã sobrevoa
Toda feliz e sem rota
As colinas de Lisboa.
Que de manhã sobrevoa
Toda feliz e sem rota
As colinas de Lisboa.
Queria ser como um ardina
Cuja voz bem cedo entoa
A imprensa matutina
Pelas ruas de Lisboa.
Queria ser como a varina
Que sua venda apregoa
Sempre lesta e libertina
Pelos bairros de Lisboa.
Eu queria ser marinheiro
P'ra, bem firme, junto à proa
A bordo dum cacilheiro
Ver as docas de Lisboa.
Queria ser o Cristo Rei
Que lá no alto abençoa
Como patrono da grei
O céu da nossa Lisboa!
Queria ser como a guitarra
Para à noite acompanhar
O fado com toda a garra
Por quem o sabe cantar.
Euclides Cavaco
A voz da lusofonia
Nenhum comentário:
Postar um comentário