Ir A Fátima a pé, cirandar por estradas e caminhos tortuosos sujeitando-se a acidentes e até colapsos, é algo que muitos fazem, fruto de promessas em ocasiões difíceis, doenças de familiares, problemas de diversa índole. Será que serão recompensadas? Será que Deus, lá no seu cadeirão supremo, se digna fazer a respectiva contabilização no deve-haver anímico? No juízo final isso será levado em conta?
Não acredito que assim seja, de facto. Agora, alguns há que quando vão a Fátima o fazem sempre nos momentos festivos, aproveitam as ondas mediáticas, fazem auto-elogios à sua fé e ao seu curriculum neste domínio específico.
Alguns aproveitam e levam fotógrafos particulares para que possam transmitir para a posteridade o facto, para apresentar nos jornais e nas TV's, usando isso como trunfo em campanhas eleitorais para deputados, para camaras municipais ou para presidentes de clubes de futebol.
É uma aberração. A instrumentalização. O uso da fé para trampolim social, para promoção política. Algumas figuras do jet-set fazem afirmações que roçam o patético: «senti um chamamento!», «senti que fui ouvido!», «naquele ambiente vi que era um dos escolhidos!»
Ir a Fátima a pé, se um determinado clube fosse campeão, era promessa badalada. Como só ficou em segundo lugar, já não foi! que bofetada na fé! que hipocrisia, sujeitar uma viagem a um êxito desportivo! A ganância máxima a ser usada como reles moeda de troca: dás-me a vitória e eu vou!!!
Aqueles que vão, sem espaventos, sem ostentarem isso, esses sim, merecem o meu apreço e consideração. Deles será o Reino dos Céus!!! Ou República Celestial?
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