Será que o «piloto» de Belém, vendo que a economia vai descolar, vai meter a viola no saco?
Em tempos, na Região Autónoma da Madeira, Cavaco Silva invocou o «dever de reserva» para não verberar aquela afronta feita pelo líder do governo regional à Assembleia Regional.
Agora vem dizer que não quer interferir na acção do governo ao fazer comentários sobre investimentos públicos. Depois de tecer duros comentários sobre eles.
Então o «dever de reserva» já não existe?
É óbvio que o candidato Cavaco Silva invocou o seu curriculum de economista, em campanha eleitoral. Agora, perante certos factos concretos, decidiu intervir na praça pública colocando-se ao lado de certa oposição que verbera os investimentos públicos (TGV, aeroporto...).
A razoabilidade da argumentação até se aceita. De facto, o peso da dívida pública é um handicap poderoso fazendo meditar os responsáveis.
Agora vieram a público previsões mais optimistas para a nossa economia. A primavera trouxe, com as flores, um certo ar de optimismo.
Cavaco encavacou-se e tentou dar o dito por não dito.
O que o mais elementar bom senso impõe é que se pergunte se, em vez de andar a fazer declarações públicas (com a carga de apoio objectivo a certa oposição, com evidente perda de isenção e de imparcialidade) não seria melhor ter feito estas declarações em particular ao próprio primeiro-ministro nas reuniões periódicas que mantém com ele?
O SENTIDO DE ESTADO está moribundo para as bandas de Belém?!
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