Tem sido frequentemente acusado de «parasitar o PS» e estar dentro do partido para defender interesses alheios ao PS. De facto, Manuel Alegre tem sido uma presença incómoda na bancada parlamentar do PS. Amiudadas vezes vota ao lado de BE e PCP, hostilizando as directrizes do seu partido.
Quem terá razão?
Se analisarmos as promessas eleitorais socialistas seremos levados a concluír que Manuel Alegre está ao lado delas. Contudo, no contexto actual, em que o partido no governo foi obrigado a acorrer a fogos que não estavam previstos (alguns de origem endógena, outros de propensão exógena...), tendo que optar por cortar nalgumas dessas promessas em ordem a obter um mais saudável equilibrio orçamental, poderemos ser levados a concluír que Manuel Alegre não afina pelo diapasão governamental.
Nesta aparente dicotomia há quem sugira que possa estar a capitalizar o descontentamento provocado por medidas pouco populares em vários domínios: saúde, educação, trabalho.
Será, não será? Num partido plural e eminentemente não dogmático, não monolítico, cuja principal virtualidade é o interclassismo e a abrangência social, esta conduta é aceitável ou não?
Não é fácil responder liminarmente a isto. Eu próprio não comungando da opinião defendida por alguns, de que Manuel Alegre pode estar a ostentar tiques de «mau carácter», não deixo de reconhecer certo desconforto sentido por alguns militantes vendo uma sistemática falta de disciplina partidária (fruto dessa liberdade e desse pluralismo, assinale-se).
Agora, segundo relata o DN, Manuel Alegre foi ao jantar mas não integrou os trabalhos, não interveio nos diálogos nem sequer marcou presença. Será que o seu distanciamento ideológico, ético, face à conduta do partido é de tal ordem que nem aceita debater as questões que dizem respeito a todos?
Algo não está bem no PS__ é notório e muita gente anda desgostosa. Será que Manuel Alegre é a tal vaga de fundo que se vislumbra para salvar a face, apresentando um perfil imaculado e regenerador, ou, a contrario sensu, se prepara para a guerra da secessão?
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