No início da segunda década do século XXI a eurolândia enfrenta desafios de diversa índole que poderão condicionar a sua estruturação e o seu crescimento sustentável.
Eis alguns:
1- A dependência face ao sistema financeiro mundial. Os 4 grandes Bancos Centrais lutam para suprir as carências actuais :Tesouro Britânico, Reserva Federal americana (FED), BCE e Banco do Japão; contudo o seu esforço parece ser inglório. Os mercados actuando de forma especulativa procuram debilitar o euro gerando situações de autêntica montanha-russa, contribuindo para a instabilidade, a desconfiança e a turbulência generalizadas.
Contudo a situação é como uma bola de neve, ou como uma bolha que poderá explodir a qualquer momento. Há todo um conglomerado de factores que contribuem para isso: fugas macissas de capitais para off-shores (com todos os inconvenientes daí advenientes), movimentos imigratórios descontrolados gerando anarquia e instabilidade, conflitualidades latentes fruto de uma cada vez maior taxa de desemprego, crise sociológica provocada pelo medo do terrorismo e suas sequelas a nível socioeconómico.
2- Corrupção generalizada a todos os níveis e em todos os países, contribuindo essa corrupção como se fora mais um imposto a pagar aos decisores políticos em determinadas circunstâncias. Cada vez mais promiscuidade entre o poder político e o económoco-financeiro gerando injustiças sociais cada vez mais gravosas. Criminalidade larvar ou galopante a diversos níveis contribuindo para o descrédito das instituições e a falta de confiança dos investidores.
3- Emergência de três novos peões na cena económica: a China, a Índia e a Rússia.
Cada qual à sua maneira, com processos expansionistas díspares mas contribuindo para um efeito comum: carestia do preço do petróleo com impactos óbvios e inevitáveis na inflação (e taxas de juro), transportes e comunicações. O turismo terá reflexos negativos nesta conjuntura e certos segmentos (a montante e a jusante dele) serão fortemente afectados.
4- O desenvolvimento tecnológico irá desencadear mais desemprego em certas áreas e em certos segmentos da sociedade. A nanotecnologia, a biotecnologia, as diversas fontes energéticas,as comunicações, serão pilares dicisivos nesta metamorfose que se vislumbra. Com mais-valias potenciais e sinergias a todos os níveis criando um fosso socioeconómico ainda maior.
O impacto na indústria automóvel, na indústria têxtil e na tecnologia de ponta será deveras assustador quando a China atingir a velocidade de cruzeiro, e para lá caminha a passos largos.
QUE FAZER?
A Europa deve tornar-se um Estado Federal com as vantagens e inconvenientes daí resultantes.
Deve falar e agir a uma só voz. Devem evitar-se os excessos burocráticos e as questiúnculas que ora estão minando a sua unidade e contribuindo fortemente para a falta de coesao e de pragmatismo. Fazer parcerias com a China e a Índia aproveitando os recursos recíprocos e as vantagens relativas específicas. Criar uma estratégia comercial capaz de servir de complemento à estratégia industrial (a montante) dando escoamento a preços competitivos ao caudal produtivo gerado por essas parcerias.
Quem não estiver à altura do desafio que saia da eurolândia (livremente ou coagido) ou procure outra esfera de influência. Os pesos mortos e os Estados incapazes de se inserirem nesta estratégia, fruto de políticas populistas ineficazes e geradoras de défices crónicos, devem ser banidos sob pena de se tornarem maçãs podres e contaminarem, quais lixos tóxicos, toda a macroestrutura da eurolândia.
NOTA: Este apontamento visa alertar os responsáveis para o perigo em que nos encontramos, servirá de memória futura. Não enveredar por esta via__ que terá muitos obstrutores e diversas resistências__ será seguir o rumo do precipício, o desmoronamento, a implosão.
15 de Dezembro de 2010
7 comentários:
O diagnóstico é correcto, a terapia é que não tem de passar, forçosamente, por um federalismo de Estados. As nacionalidades não se extinguem por decreto, e penso basta um governo económico unificado, com leis e direitos iguais, com supervisão única.O processo será sempre discutível e é pena que não esteja já a ser discutido.
Abraço do Zé
Parece ser o limiar duma Nova Era !
Ainda ontem escrevi sobre as armas convencionais vs. armas informáticas.
Temos o Capitalismo vs sei lá o quê !
Temos o Islamismo a dominar o mundo não tarda muito !
... e o que mais irá acontecer ?...
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Zé Povinho:
A complexidade do processo é o factor mais gravoso. Contudo o status quo actual não serve...
Um abraço.
Rui da bica.
As mudanças serão de vulto e a curto prazo, ninguém se iluda.
O caldo de cultura é explosivo!
Amigo Rouxinol, vejo qua a história da humanidade é como uma sanfona: as nações unem-se e separam-se, unem-se e separam-se... A União Européia vai servir até um certo limite, onde o orgulho de alguns povos voltará a superar o desejo de unir-se em cooperativas com o intuito de todos ganharem juntos. Essa união é apenas mais um evento temporário, isso em breve acabará em guerra, infelizmente, bastando para isso o surgimento de um líder belicoso em uma das nações.
Quem sobreviver verá o triste fim dessa politicagem internacional, onde o que funciona mesmo é o "cada um por si" dos norte-americanos.
Grande abraço!
Adriano Berger
Adriano Berger:
Aqui fica o seu registo. Para a posteridade.
Veremos... o futuro o dirá...
Um abraço.
Não que eu desejasse isso... porém o ser humano não mostra sinais de evolução, pelo contrário. Quando pensamos que está caminhando para o bem indavem o Iraque, ameaçam o Iran, se preparam para um conflito entre as Coréias... e até o Brasil começa a separar orçamento para modernização da força aérea. Pra quê isso?! Daí um pequeno estopim envolve interesses distintos entre as nações, e prepare-se para o pior. E na Europa, se algum aliado da União discordar da opinião de outro em relação a acordos entre países, aí sim está acesa mais uma nova faisca incendiária.
Que Deus tenha piedade de nós!
Abraços
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