segunda-feira, setembro 07, 2009

DIÁLOGO COM DEUS!

«Se alguém fala com Deus, é santo. Contudo, quem ouve as palavras de Deus, já se trata de um problema de âmbito psiquiátrico».


__Meu Deus será verdade que há asfixia democrática em Portugal? Será que há uma nova pandemia que poucos conhecem mas muitos sentem os efeitos?
Meu Deus, Vós, que tendes sido Pai ausente, respondei-me, senão perco definitivamente a Fé em Vós!

Meu filho! Tenho os julgamentos inadiáveis lá no céu, lá não há processos Casa Pia ou quejandos, lá a justiça funciona e tenho de estar sempre em cima dos factos. Mas, agora, com esse teu apelo lancinante, vou responder. Mereces uma satisfação.

Seria alucinação? Seria mesmo Ele? como que para desfazer as minhas dúvidas, a voz prosseguiu, fria, audível, vinda lá dos confins da galáxia:

Sim, há asfixia sim senhor! olha aí na tua vizinha Póvoa, onde Macedo Vieira sem mexer uma palha consegue que ninguém seja advertido de que a água da praia está imprópria para banhos! Ele nada diz, nada faz, mas os jornalistas, de rabinho entre as pernas, nada dizem, nada publicitam e até os dísticos alertando para o presumível atentado à saúde pública foram retirados... Olha na Madeira, onde Jardim consegue calar até jornais! Aí sim, ele faz com que o JM seja oxigenado com vil metal enquanto que o DN é asfixiado com veneno letal!
Olha no Porto, quem quiser fazer intervenção cultural sem carácter laudatório não terá incentivos, pois claro, asfixiam-se as críticas, asfixia-se quem quiser corrigir algo que esteja errado, asfixiam-se os intelectualmente erectos, chamando-lhes maledicentes...Sócrates faz o que pode nesta selva a que alguns ainda persistem em chamar democracia mas que toda a gente de bom senso chama asfixiocracia. Sabes meu filho, vocês têm um provérbio que resume magistralmente essa situação: «o medo guarda a vinha»!

Acordei, caí da cama. Tinha adormecido a ler a carta que enviei ao professor Cavaco Silva aquando da minha demissão do PSD. Falava na asfixia do Jornal Semanário, então presidido pelo dr Victor Cunha Rego. Cavaco nem sequer deu cavaco a essa carta! ele, que é tão contra a asfixia, ele que na Madeira foi tão profundo e audível perante a asfixia jardiniana!...

8 comentários:

RR disse...

Qualidade e ironia, num bom casamento ... fracturante!

Elvira Carvalho disse...

Os políticos só olham para o lado que lhes dá alguma vantagem. Para tudo o resto são cegos.
Um abraço e uma boa semana

Pena disse...

Estimado Amigo:
Um post admirável de verdades preocupantes do nosso lindo Portugal de que estão a dar cabo em todas as suas facetas maravilhosas.
Prezado Amigo, não ouço Deus, Deus me livre, concordo, estaria louco ou demente, mas o seu talento e crítica mordaz e incisiva ao quotidiano político do nosso majestoso País, outrora de Democracia, está de rastos. Faz-se tudo à base de corrupção, violências e atentados aos Direitos Humanos.
Excelente Carta saída do seu admirável génio.
Percebe-se porque não foi "escutada".
Adorei. Parabéns sinceros.
Abraço de amizade com imenso respeito e estima gigante...
Sempre a admirá-lo

pena

Fabuloso!

José Leite disse...

Furia, Elvira e Pena:


Às vezes a ficção coincide com alguma realidade. Quanto às "escutas" não sei, tudo é possível neste país. Até o PR suspeita estar a ser alvo delas...

Rafeiro Perfumado disse...

Curioso, a mim também não me deram cavaco quando me demiti desse partido. Aliás, continuam a enviar-me as quotas para pagar!

Abraço!

José Leite disse...

Pague e não bufe, meu caro!...

Alexandre Miguel disse...

Amigo seu cantinho é fantástico!!!Um abraço:))

Manuel CD Figueiredo disse...

Manuela Ferreira Leite foi à Madeira e sentiu-se lá bem: excelente companhia do anfitrião, seu gémeo, e declarações de verdade (a dela), que não enganam ninguém. A senhora deve ter sentido os efeitos do "capacete" madeirense, que faz muito mal à tola.