Quase cai o Carmo e a Trindade com a nomeação de um administrador da CGD para este Banco, como se fosse a colocação de um treinador de futebol num equipa adversa. Faz lembrar um pouco a chamada de Emídio Rangel (então na SIC) para a televisão pública (RTP).
Era o fim-do-mundo! Era uma conquista de efeitos quase milagrosos. Depois, foi o que se viu...
Enfim, dramas e mais dramas com questões de lana caprina. Querem insinuar que há tutela de uma instituição pelo poder político instalado, olvidando que são os sócios a decidir. Grita-se "aqui-d'el-rei" como se estivesse em perigo a democracia, a liberdade, a pátria!
Com a colocação de Faria de Oliveira no topo da CGD, aquietam-se alguns espíritos mais timoratos, apaziguam-se ânimos exaltados. Mas ainda há quem refira haver um "centrão" a controlar a banca.
Esse "centrão" controla não só a banca mas também a AR, o TC, e muito mais esferas do poder. A superestrutura jurídico-política está impregnada desse aroma que já vem manifestando a sua presença há longos anos. Culpa de quem?
De quem vota. Do povo que somos.
Contudo há que ter um pouco de bom senso. Nada de alarmismos infantis. O Millenium depois de passada esta fase de purificação (espera-se que no melhor sentido) há-de recuperar o fôlego e prosseguir a sua rota de sucesso. Há que limpar os porões, calafetar a nau com esmero, para que possa prosseguir rumo a porto seguro.
Que ninguém tenha dúvidas que há-de melhorar com a mudança. Oxalá também a CGD melhore com a nomeação de Faria de Oliveira, um homem sensato, prudente e suficientemente equilibrado para não criar rupturas ou descontinuidades periclitantes na gestão desta grande nau do sistema bancário. Que as ondas alterosas que ora se vão fazendo sentir não passam, estou seguro, de meras birras palacianas de ressabiados políticos. Há formas mais inteligentes de atacar o governo. Esta é pouco eficaz. Ele tem muito por onde ser beliscado. O mar encapelado está a ser agitado por ridículos Neptunos de papel!... E há tantos por esse país fora!
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