Não é fácil o papel de quem supervisiona a saúde em Portugal. Dir-se-ia que a questão depressiva (no foro económico-financeiro) está instalada no sector da saúde. A racionalidade económica obriga a situações que geram mal-estar, desconforto, contestação social.
Será desnorte governativo, excesso de zelo, emagrecimento sem motivações?
É óbvio que todos reclamam reformas. Todos dizem que há despesismo no sector. O diagnóstico é unânime. Contudo a terapêutica sofre cada vez mais contestação. Já se vislumbra no horizonte eleitoral um trunfo para a oposição. Já há quem veja o governo derrubado só pela gestão da pasta da saúde.
Será coragem ou excesso, a atitude do ministro em mandar encerrar SAP's em determinadas localidades, obrigando os utentes a recorrerem a serviços distantes da sua residência, em horários difíceis, gerando descontentamento generalizado?
É difícil responder com rigor a estas interrogações. Os resultados falarão por si. Nas proximidades do acto eleitoral é que se saberá ao certo qual o impacto. Estes efeitos colaterais, naturais e legítimos, manter-se-ão ou cairão no olvido?
é óbfvio que quem governa deve ponderar todos os cenários. O desgaste, a erosão que estas medidas impopulares provocam, poderão ser classificados como reformismo necessário, como coragem de cortar a direito, como mal necessário...
Contudo há quem olhe com desconfiança para estas medidas, não veja articulação com mecanismos capazes de suprirem certas lacunas; deveria ser adoptada uma política integrada, globalizante, gerando proveitos económico-financeiros e não causando grandes abalos na confiança popular. A questão dos transportes é crucial.
Oxalá a situação de regularize para bem de todos (utentes e agentes directa ou indirectamente ligados ao sector-saúde), contribuindo para o reformismo salutar que se deseja.
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