sábado, setembro 10, 2016

CARLOS ALEXANDRE DE NOVO SOB FOGO...

http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/o-juiz-dos-direitos-5381656.html





O engº sanitário José Sócrates vem de novo ao palco mediático cravar as garras no juiz do processo Marquês. Ele (juiz) diz que nunca teve contas em nome de terceiros. Sócrates agarra-se a isto e diz que é uma implícita acusação contra si!
Ao vir a terreiro, desta forma, dá razão ao juiz! Ele (juiz) não apontou o seu nome como tendo contas em nome de outrem. Contudo, Sócrates tem um mediatismo tão exuberante que, não deixa de ser caricato. E quem lhe fornece o palco mediático não pode deixar de ser censurado. Será gratidão?! Todavia, isso tem limites. Esta intervenção pode configurar pressão (mais uma) sobre a justiça.

Um tal Perna (motorista que fazia trasfegas de "fotocópias" de Santos Silva para ele próprio ) foi apanhado nas escutas a dizer que vinha da "barriga de aluguer"!!! O que é que a opinião pública pode intuir disto? que Sócrates foi tão ingénuo que manteve o seu motorista ao corrente do conteúdo destas missões. Ou teria sido a irmã do motorista (funcionária do PS) a dar-lhe esta dica?
As amigas que lhe pediam dinheiro eram recambiadas por ele para o tal Santos Silva (a "barriga de aluguer"...) para saciar a sua apetência (voracidade?) o que indicia que algo de Sócrates estava na posse de S. S. para assim poder dar satisfação aos pedidos das necessitadas que a ele recorriam amiúde (e eram várias...). Algumas não tinham qualquer ligação de amizade com o dito S.S.
Qualquer pessoa dotada de senso comum a que conclusão lógica e coerente pode chegar? Os juizes da relação e do supremo que mantiveram a pena de prisão preventivas por tanto tempo __para evitar destruição de provas e possíveis conluios __ são dotados de senso comum. Será que Sócrates quer fazer-nos crer que não há indícios dessa manobra? O objetivo é fácil de concluir...
Diz que o apartamento de Paris não é seu. Contudo quando a ex-namorada (F. Câncio) lhe fala na "casa em Paris " e na "muita massa" que não é normal num ex-primeiro ministro, ele não nega a posse da "casa em Paris" nem da "massa"!!!
Consta que nem foi capaz de dizer a quantia exacta da alegada "dívida" ao amigo nem este foi capaz de dar um valor sobre ela. Nem documento algum foram capazes de exibir atestando essa dívida?! Isto indicia que algo de eticamente reprovável existia...
Será que cabe na cabeça de alguém, no seu perfeito juízo, que se possa movimentar com tanta frequência  tão elevados e frequentes montantes, sem ser proprietário de facto desses valores? Há que moralizar a vida portuguesa e eu, que votei (mais que uma vez!) em José Sócrates, convicto da sua honestidade, do seu carácter, da sua lisura de processos,  não posso deixar de verberar este seu comportamento.

O juíz Carlos Alexandre possui o senso comum normal. Sabe que os comportamentos entre pessoas que são obrigadas a declarar os seus rendimentos e o seu património a entidades de supervisão estão sujeitas a este tipo de comportamentos se esse património e esses rendimentos não forem lícitos. Há demasiados exemplos para dar razão ao raciocínio do senhor juiz Carlos Alexandre.
Sei também que se as cartas rogatórias solicitadas demorarem ou nunca chegarem ele vai ter dificuldades enormes em fechar a teia de cumplicidades e o labirinto de trasfegas entre paraísos fiscais e outros. Isso não obsta a que as suspeitas sejam fundadas e  o seu (de Sócrates)  comportamento seja considerado pouco sério. Aliás a sua ex-namorada disse publicamente que se soubesse que o dinheiro usado para passar férias em locais de luxo tivesse origem duvidosa não embarcaria nesse "esquema"...

Já ouviu falar em P.C. Farias e Collor de Melo? 

O mundo inteiro está cheio de parcerias dessas. O nosso poder local está repleto de "testas de ferro"! Agora, se houvesse juízes como Carlos Alexandre,  nas autarquias, nas regiões autónomas, outro galo cantaria!  Este juíz é, na minha modesta opinião, uma excepção à regra! Oxalá a opinião pública saiba reconhecer o seu papel e que mais como ele assumam os seus deveres, evitando que o país se afunde no lodo da impunidade!
 Rui Rangel opinou o seguinte: VER AQUI

Excelente autocrítica! Andou a perorar sobre o processo Marquês e depois pronunciou-se sobre ele (dando razão a José Sócrates), será censurável ou não?!

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