era uma vez abril, d'speranças mil
a sã fraternidade, a liberdade;
tanta gente a beber de um só cantil:
da justiça social, da igualdade
agora temos sede, falta abril,
falta a justiça que sonhámos
a liberdade é só a do funil
vai estreitando à medida que lutamos
lei da rolha, reles mordaça,
a transparência é vista com desdém
atentado ao pudor, atrevimento
quem fala é perseguido, uma desgraça
ai de quem não vergar, não disser bem
fica na lista negra, é cão sarnento!
4 comentários:
Excelente soneto, meu caro.
Gostei muito.
"O sonho de Abril esfumou-se em milhões de miríades!
A luta pelo poder e a guerra de interesses prevalecem...
O país tornou-se numa atarefada feira de vaidades,
Onde os menos afortunados, constantemente, padecem."
http://poemasdaria.blogspot.com
carlos pereira:
De facto é como diz : «feira de vaidades»...
DENUNCIAR, DENUNCIAR, DENUNCIAR, DENUNCIAR...24 de ABRIL? NUNCA MAIS!
BEIJO
Mª ELISA
Maria Ribeiro:
Quem cala consente!
Há tanta violência doméstica que descamba para fatalidades irremediáveis e todos se acobardam, todos se demitem do dever de denúncia.
Há quem seja pago para fiscalizar e nos defender de abusos e compactue com eles...cruzando os braços... tapando os ouvidos, fechando os olhos...
Há juízes que fazem vista grossa aos desmandos...
Conhece aquela do padre corrupto, que beneficiava de benefícios sem conta, de um poderoso... esse foi apanhado com a boca na botija... então o padre, para o defender da opinião pública, dizia: «Denunciar é feio... são José, apesar de saber que não era o pai de Jesus, também unca denunciou nossa Senhora»!!!
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