A ansiedade devora, dizem os poetas. Devora e ajuda a emagrecer, direi eu. Já andava há mais de uma semana a pensar na melhor forma de comemorar a data.
Desta vez lá fui com ela. Ao Marinheiro, pois onde haveria de ser?! É lá que toda a fina flor vai. Por que não eu? Pé rapado também tem direito a um dia de excentricidade.
Eu e ela bem engalanados, mais ela do que eu, saborear um leitão e um champanhe francês de fazer crescer água na boca.
Cá fora, o meu carro, meio envergonhado, encabulado, olhando de soslaio para os Ferraris, os Maseratis e os Audis de nova geração. Ele, mal vestido, sem pedigree, mas digno e limpo. Vergonha é de roubar, digo-lhe eu, mas ele ri-se e discorda...
Mal entrei dei de frente com ele. Era o centro das atenções. Todos lhe faziam salamaleques. Até o presidente da câmara, agora sem bigode e com aquele ar de campónio, se vergava e beijava a mão da esposa, a «comendadora» como diz a populaça com ar de chiste.
Sim, era ele o centro, o alvo de todos os olhares, de todas as reverências, o comendador Avelino.
Pequeno e enfezado, mas cheio de virilidade económica, como gosta de dizer aos amigos, que é do que elas gostam. Perguntava com ar superior ao gerente, o pasmado Simplício: __Sabe qual é a coisa com cerca de 18 cm que as mulheres mais apreciam no homem?!
Simplício ruborizou, fez aquele ar infantil e tacanho do costume e não se conteve que não exclamasse: «deve ser o coiso... sim, o coiso...»
Todos deram uma enorme gargalhada! Até a «comendadora», que já sabia a resposta, tal a frequência com que o marido fazia aquela interrogação...
__É o cheque!__ gargalhou ele, com empáfia e petulância. Até o presidente da câmara sorriu, com aquele sorriso amarelo(e pateta) que usa quando lhe fazem perguntas incómodas na Assembleia Municipal e ele não pode responder...
Enfim, a ceia dos cardeais lá do burgo. Só gente fina. E eu e a minha namorada de há três décadas, de boa marca e de alta cilindrada, mas sempre com aquele ar impecável de «diva»...
Já íamos no leitão e o comendador ainda estava na sopa. Ouvi, e quase não acreditei, este diálogo:
__Minha querida, sabes que nunca te traí ao longo destes cinquenta anos de sagrado matrimónio. Tu sempre foste a minha estrela, o meu farol, o meu sol...
Ela retrucou:
__E tu, meu Avelino, seu monte de generosidade, seu everest magnânimo, nunca me desiludiste. És um santo. Hoje sinto até um fogo quente no meu peito que nem sei bem como explicar... talvez da emoção...
Ele, olhou mais atento, deixou caír a rosa que tinha pronta a ser exibida à consorte, e exclamou:
__Claro, tens o peito a escaldar ... estás com as mamas na sopa!!!
Desta vez lá fui com ela. Ao Marinheiro, pois onde haveria de ser?! É lá que toda a fina flor vai. Por que não eu? Pé rapado também tem direito a um dia de excentricidade.
Eu e ela bem engalanados, mais ela do que eu, saborear um leitão e um champanhe francês de fazer crescer água na boca.
Cá fora, o meu carro, meio envergonhado, encabulado, olhando de soslaio para os Ferraris, os Maseratis e os Audis de nova geração. Ele, mal vestido, sem pedigree, mas digno e limpo. Vergonha é de roubar, digo-lhe eu, mas ele ri-se e discorda...
Mal entrei dei de frente com ele. Era o centro das atenções. Todos lhe faziam salamaleques. Até o presidente da câmara, agora sem bigode e com aquele ar de campónio, se vergava e beijava a mão da esposa, a «comendadora» como diz a populaça com ar de chiste.
Sim, era ele o centro, o alvo de todos os olhares, de todas as reverências, o comendador Avelino.
Pequeno e enfezado, mas cheio de virilidade económica, como gosta de dizer aos amigos, que é do que elas gostam. Perguntava com ar superior ao gerente, o pasmado Simplício: __Sabe qual é a coisa com cerca de 18 cm que as mulheres mais apreciam no homem?!
Simplício ruborizou, fez aquele ar infantil e tacanho do costume e não se conteve que não exclamasse: «deve ser o coiso... sim, o coiso...»
Todos deram uma enorme gargalhada! Até a «comendadora», que já sabia a resposta, tal a frequência com que o marido fazia aquela interrogação...
__É o cheque!__ gargalhou ele, com empáfia e petulância. Até o presidente da câmara sorriu, com aquele sorriso amarelo(e pateta) que usa quando lhe fazem perguntas incómodas na Assembleia Municipal e ele não pode responder...
Enfim, a ceia dos cardeais lá do burgo. Só gente fina. E eu e a minha namorada de há três décadas, de boa marca e de alta cilindrada, mas sempre com aquele ar impecável de «diva»...
Já íamos no leitão e o comendador ainda estava na sopa. Ouvi, e quase não acreditei, este diálogo:
__Minha querida, sabes que nunca te traí ao longo destes cinquenta anos de sagrado matrimónio. Tu sempre foste a minha estrela, o meu farol, o meu sol...
Ela retrucou:
__E tu, meu Avelino, seu monte de generosidade, seu everest magnânimo, nunca me desiludiste. És um santo. Hoje sinto até um fogo quente no meu peito que nem sei bem como explicar... talvez da emoção...
Ele, olhou mais atento, deixou caír a rosa que tinha pronta a ser exibida à consorte, e exclamou:
__Claro, tens o peito a escaldar ... estás com as mamas na sopa!!!
11 comentários:
Uma boa adaptação da anedota! :-))
Rosa:
Claro!... Os cenários mudam-se, mas as idiossincrasia são sempre as mesmas...
Estou um tempinho aqui deliciando-me com os textos , espreitando, admirando,descobrindo o que tem de belo e interessante na Vila do Conde .
Vejo que bons filhos e bons escritores, gostei.
Do Porto já temos muitas notícias , o vinho , a cidade espetacular...
um dia ainda vou por aí ... quem sabe?
rsrs
Obrigada por achar-me e quero estar entre suas leitoras.
grande abraço e feliz dia dos namorados, sem incidentes ... rs
Ah esqueci de agradecer o elogio no comentário.
Obrigada rouxinol
Liz Taylor uma linda mulher , quem me dera!!
deixo mais abraços
Lis:
Seja bem-vinda e alto astral! Sempre!
Que doido!!!! Homens!!!
Que doido!!!! Homens!!!
conhecia a piada, mas nao com este desonvolvimento..
gostei, pelo menos fez-me rir.
beij
Amor bem descontraído.
Abraço do Zé
seu blog tb não é nada genérico.
BJS!
Porsche é amor para sempre.
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