sábado, janeiro 01, 2011

VALE A PENA...


Vale a pena folhear o DN e contemplar os panegíricos tecidos por Luís Delgado aquando das eleições presidenciais. Afirmava que com a eleição do economista Cavaco Silva o país iria trilhar a senda do sucesso. Ele era capaz de prever até os ciclos económicos!
Era de facto a única opção possível. O futuro dar-lhe-ia razão!
O que vemos hoje?
O país num desafogo e numa estratégia desenvolvimentista fora do comum, o investimento estrangeiro no auge, a banca, fruto de uma racionalidade e de um espírito construtivo assinaláveis deu um contributo inigualável a esta sustentabilidade progressista.
Luís Delgado tinha carradas de razão. Cavaco Silva, que prometia colocar Portugal nos primeiros lugares do ranking europeu, também.
A capacidade de previsão destes dois homens é digna de meditação, de um estudo aprofundado, de uma tese de doutoramento. Claro que o governo e a conjuntura externa também têm a sua quota-parte de responsabilidade. Mas há que partilhar tudo: êxitos e dissabores... haja honestidade...
Os portugueses agradecem e retribuem. A paz está aí, a tranquilidade é o sentimento dominante nas populações, a criminalidade praticamente extinguiu-se. Os crimes de colarinho branco, então, deixaram de existir pura e simplesmente.
Graças a quem?!
A este homem providencial que Deus teve a bondade de colocar em Belém. A esta criatura que não tem dúvidas e que não falha; é como o motor Rabor; dizem em Estocolmo que será o futuro prémio nobel da economia. Portugal e os portugueses agradecem.
A corrupção, essa erva daninha que tantos estragos causara no passado, praticamnte foi erradicada; a legislação implementada a isso obrigou; o país também agradece; a discrepância entre ricos e pobres, o fosso entre os magnatas e os mendigos diluiu-se de tal sorte que uma extensa classe média, respirando prosperidade e alegria de viver, é o pano de fundo neste rectângulo da ocidental praia lusitana. A qualidade de vida é o sentimento mais comum.
Cessem de Keynes os sábios ensinamentos, porque agora uma voz mais alto se alevanta, e em uníssono, a comunidade internacional aplaude o génio, a sageza, o sentido de previsão, a capacidade interventiva, o conselho prudente deste homem providencial que veio solucionar todos os nossos problemas estruturais de há décadas.
Claro que há pessimistas doentios, invejosos, que não lhe perdoam o sucesso. Chamaram-lhe o «pai do monstro» e outras coisas, mas o «monstro» foi erradicado, esse gigante adamastor que ameaçava a nau lusa já desapareceu do horizonte, e ainda bem. O monstro despesista foi sepultado e jamais nos voltará a atormentar...
O país rejubila e em festa permanente canta hossanas ao querido líder, louva o condottieri magnífico e magnânimo que jamais se engana nem jamais enganará o povo português!
Quem quiser ser mais fidedigno nas suas análises terá de nascer segunda vez!

Um comentário:

José Leite disse...

Muito obrigado. Bom Ano de 2011 para si e para os que lhe são queridos.