Um blogue plurifacetado procurando abordar questões de interesse sob perspectivas diversificadas. A independência sim, mas sempre subordinada a parâmetros de bom senso, de optimismo e de realismo. O mundo e a sociedade sob o olhar atento e desassombrado de um cineasta do quotidiano, um iconoclasta moderno, sem peias, sem tabus, sem preconceitos.
terça-feira, junho 03, 2014
PORTUGAL EM REFLEXÃO...
CAVACO RETRACTA-SE....
Portugueses:
Reconheço que, por vezes, também erro. Sou humano, sou falível, não sou omnisciente. Perdoem-me a franqueza, mas, quando disse aquilo, aquando da não aprovação do PEC IV, estava profundamente equivocado. Sim, errei redondamente!
Disse então que os portugueses já tinham atingido os limites do sacrifício. Estava longe de imaginar o penoso calvário que se seguiria e que se seguirá seguramente...
Errei, peço perdão, dou a mão à palmatória. Às vezes reconheço que sou petulante, vaidoso, presunçoso. Aquelas tiradas do «bem avisei, bem alertei para os perigos», são manifestações de um ego cheio de presunção e de narcisismo puro e duro...
Agora, face a esta situação pantanosa criada pelo Tribunal Constitucional, dirijo-me a vós, portugueses, com a humildade de um Papa Francisco que se dirigiu à comunidade católica para saber o que dizer sobre problemas candentes, e peço que me elucidem sobre o meu modus actuandi futuro.
A situação é grave, gravíssima. O governo diz que o TC anda a imiscuir-se na área governativa.Ora, assim sendo, com esta crítica ao TC o governo também anda a imiscruir-se na esfera restrita do TC. Assim, estando consagrado o princípio da separação de poderes (legislativo, executivo e judicial) e sendo eu o responsável em ultima instancia pelo regular funcionamento das instituições, que devo fazer?
Dissolver a AR e exonerar o governo criando uma situação ainda mais gravosa, irritando os mercados e fazendo subir em espiral os juros da dívida?
Lavar as mãos como Pilatos e deixar que o pântano se eternize?
Ou então, já que não nos governamos nem nos deixamos governar (como se dizia no tempo dos romanos...) não seria sensato entregar os destinos da coisa pública a uma entidade supra-nacional, independente, isenta e competente?
Que tal entregar os destinos do país a nossa Senhora de Fátima»? Ela, a Nossa guardiã Celestial, Padroeira da Nação, era capaz de fazer bem melhor do que estes anjinhos do governo. Ela, que no passado dia 13 de Maio de 2013 até nos ajudou a passar mais um exame da Troika, poderá levar a bom porto a nau lusitana. Sim, porque eu já não tenho mão nisto; eu sinto-me impotente para segurar o leme desta nau lusa esburacada e sem calafate capaz de a blindar perante a fúria dos mercados.
Portugueses, peço a vossa contribuição para o solucionar da crise. Sereis vós o meu conselho de estado pois aquelas criaturas que lá estão , mais cinzentas que a própria cinza, pouco me dizem perante o magno problema da sustentabilidade desta governação.
NOTA: Este discurso é pura ficção. Creio bem que esta manifestação de humildade nunca viria de alguém como o professor Cavaco Silva. Ele continua convicto de que não tem dúvidas e que pouco erra. Ele considera-se sobre-humano...
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4 comentários:
Reflecte tanto... Por isso nunca se engana e raramente tem dúvidas...
Abraço.
Se ele conseguisse falar assim, pelo menos podia ouvir-se.
Mas não: é trengo!
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