http://gotadeagua53.blogspot.pt/2012/06/polemica-rio-defende-que-camaras.html
Rui Rio alerta para os riscos de endividamento excessivo em certas autarquias. Vai ao ponto de dizer que em certos casos (patológicos...) nem sequer deveria haver eleições mas apenas nomeada uma comissão administrativa que não tenha preocupações eleitorais para corrigir os desmandos.
VAI AO CERNE DA QUESTÃO: e aos governos também poderá acontecer o mesmo?
É óbvio que isto colide com a própria essência da democracia. Contudo será lícito assistirmos a vitórias eleitorais à custa de despesismos excessivos, de favorecimentos a grupos de forma escandalosa, tudo à custa do dinheiro de todos nós? Será democracia a ausência de democracia nos concursos, na admissão de pessoal, na gestão corrente?
Rui Rio tem razão nalguns aspetos. Um autarca que queira ser sério e honesto, que tenha prudência administrativa, que não se deixe endividar em excesso para não hipotecar o futuro, poderá perder eleições a favor de um outro que prometa mundos e fundos sem olhar a meios... Por outras palavras: se não houver penalização alguma para a gestão danosa o impacto eleitoral será grande e a colheita de votos muito maior do que a de um presidente mais comedido nos gastos e no endividamento. Enfim, a tutoria das autarquias começa a equacionar-se. E a tutela nos governos regionais? Será que na região autónoma da Madeira, não se chegou já a uma evidência tal que legitimaria uma comissão administrativa para substituír o governo ultra-endividado? Será lícito continuar a ganhar eleições ano após ano à custa da hipoteca das gerações futuras?
Temas que mais tarde ou mais cedo poderão vir à colação. A falta de democracia económica e os excessos eleitoralistas feitos à custa dos dinheiros de todos nós redundando em sucessivas vitórias eleitorais não serão um abuso se compararmos com aqueles que cumprem rigorosamente as regras e não se excedem, não exorbitam, não hipotecam o futuro?
Enfim, resumindo: será lícito continuar a pagar o justo pelo pecador?!
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