Um blogue plurifacetado procurando abordar questões de interesse sob perspectivas diversificadas. A independência sim, mas sempre subordinada a parâmetros de bom senso, de optimismo e de realismo. O mundo e a sociedade sob o olhar atento e desassombrado de um cineasta do quotidiano, um iconoclasta moderno, sem peias, sem tabus, sem preconceitos.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Versejar: o efémero e o intemporal.
Bocage: talvez o maior cultor do soneto...
Alguns versos sucumbem ao deus-tempo,
Outros, vão refulgindo, gloriosos,
Polidos pela lima do talento,
Ganham a eternidade, são famosos.
É ver a Natureza, contemplar
Árvores seculares, de tão belas,
Ninguém ousa pedir p'ra derrubar,
Mas, antes desfrutar o prazer delas! (1)
Versejar é também o preservar
O que é intemporal, o que é eterno,
É arte de palavras burilar.
É respeitar o antigo e o moderno,
É as palavras saber não ultrajar,
Tratando-as com carinho e afago terno.
Rouxinol de Bernardim
(1) Nem todos respeitam a natureza como ela merece; há gente com sensibilidade para enricar, para sugar recursos que são de toda a comunidade, em proveito próprio, redundando em prejuízo de toda a comunidade. São os sanguessugas. São eles que fazem deste lamaçal quotidiano, o "inverno do nosso descontentamento"...
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