Há mudanças em quase tudo... mas, o Zé Povinho, ainda hoje é espezinhado por tiranetes que o vão calcando e... à sua custa vivendo...
já é tempo de mudar!...
já é tempo de mudar!...
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente, vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
NOTA: Luís de Camões, o imortal Épico, fala da mudança como coisa normal no mundo, na natureza, nos sentimentos, enfim na rotina do quotidiano.
Se perguntassem a Alberto João Jardim o que pensa do poema acima, talvez ironizasse: "Camões?! Esse pobre zarolho, esse "cubano" ressabiado não conhece este oásis de progresso e de opulência que é a Madeira desde que me instalei na Quinta da Vigia! Aqui, "valores mais altos se alevantam", portanto "mudança" é palavra que não entra no dicionário desta Ilha... Camões, ao escrever isto, vê-se mesmo que é contra a "Autonomia" e... talvez seja mais um dos "colaboracionistas" do Cont'nente! Deve estar à espera de alguma "tença" do Terreiro do Paço... enfim, esse Camões talvez seja um "velho do Restelo" sem coragem, sem audácia... Se viesse aqui à Madeira... talvez lhe incendiassem o carro...
Atenção: isto é pura imaginação do autor. AJJ não diria uma coisa destas; tem até o espírito de humor necessário para sorrir (talvez em tom amarelado...) desta charge...
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