Em tempos o Dr Mário Soares referiu-se ao dr Salgado Zenha como a reserva moral do PS. Estava o PS no poder e a corrupção minava as hostes. Salgado Zenha figura ilustre, não só em Braga mas no país, verberava este estado de coisas, como não sendo próprio de um partido são e democrático. O PS vivia capturado por lobies e por grupelhos que visavam o enriquecimento rápido à custa de decisores medíocres e atrelados ao poder económico-financeiro. Os escândalos sucediam-se. Salgado Zenha impôs-se e deu um murro na mesa. Mas não foi suficiente, tendo sido aproveitado o capital de prestígio então auferido para concorrer a PR, com o beneplácito de Ramalho Eanes.
Agora, assistimos ao fenómeno Sócrates. Ana Gomes já deu o murro na mesa. Contudo, os apoiantes do conhecido político , motivados por forças bem conhecidas como a gratidão e a solidariedade militante (enquanto se presumir inocente há que o apoiar...), continuam a promover jantares de homenagem e manifestações que visam desagravar a sua imagem e ofender a imagem da justiça, considerando o "justiceiro" Carlos Alexandre o bode expiatório do calvário por que passa Sócrates. Tremenda injustiça, grosseiro equívoco, torpe mistificação.
Contudo, quem possuir um formação humanística sólida, quem souber discernir entre a cidadania e a partidocracia (ou partidolatria?), terá de assumir uma posição crítica contra o engenheiro sanitário.A gratidão é tantas e tantas vezes, a antecâmara da corrupção!
Aquilo que já se sabe (independentemente do sue se presume...) é de molde a não recomendar nada a actuação de Sócrates. Ele não pode ser considerado uma vítima mas um agente degenerador, não pode ser vítima do sistema mas sim agente destruidor da sanidade do sistema.. Assim, não deve ser alvo de homenagens nem de manifestações de solidariedade sob pena de cumplicidade com o seu reprovável comportamento. A cumplicidade dos promotores desta campanha é o sintoma da podridão do estado de direito que pretendemos construir.
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