domingo, junho 12, 2011

«Será que o povo quer curar-se»?!





Ao fazer esta afirmação, no seu discurso do 10 de Junho, dia de Portugal, o PR faz um diagnóstico que contém uma censura implícita: o povo está doente!



Incapaz de ver a realidade nua e crua, obnubilado por conceitos demagógicos e preconceitos de pacotilha, lança o odioso da crise sobre o povo. Omite, quase sempre as causas reais da crise: a corrupção galopante, os desvios e fraudes de uma classe social que detém os cordelinhos do poder económico, financeiro e político. Nada diz sobre os escandalosos esbulhos na banca (onde pontificam solidários compagnons de route...), nada diz sobre a legislorreia nacional que não pune os prevaricadores antes os incentiva, nada refere sobre as suas próprias culpas quando governante não tendo feito as reformas estruturais que se impunham, contribuindo, pelo contrário, para incrementar o monstro despesista com uma política esbanjadora e geradora de novos-riquismos resultante dos caudais financeiros que vieram da UE. Enfim, a culpa do status quo é do povo que está doente!!!



O regime está podre, sem cura, o Estado está gangrenando, a justiça está tetraplégica! O PR, o vértice do aparelho de Estado, não vê, não é capaz de um diagnóstico sério, honesto, credível da realidade. Que esperar disto tudo?!



A continuação da mesma política, a manutenção do mesmo paradigma gizado pelos tutores de Bilderberg, perante o acordo tácito dos lacaios indígenas... VER E MEDITAR SOBRE ESTE CANCRO SOCIAL






O POVO QUERERÁ CURAR-SE?!






Este povo não tem cura

diz ele, com secura;

o povo é despesista, gastador,

deixa as terras a pousio

o povo é doente, não sadio

o povo precisa de tutor

o povo não sabe produzir

só quer é consumir...






Será que quer curar-se?!

É preciso pô-lo a trabalhar

ele precisa de tratar-se

já basta de mandriar

ao Estado sempre a sacar, sacar,

o paradigma há que mudar

Portugal está-se a afundar...









O povo não quer investir

só sabe aos impostos fugir

isto é demais

o povo vai para paraísos fiscais

é só desleixo e incúria

o país já na penúria

é preciso um tratamento

de choque, com sofrimento,

o povo não é competitivo

não é inovador nem criativo.









Enfim

há que criar um país novo

há que, se preciso for, mudar de povo!...






Nota: Esta ironia pretende desmistificar o populismo pacóvio daqueles que atribuem o odioso da crise ao povo, predispondo-o a aceitar todos os sacrifícios, todas as malfeitorias que estão para vir, olvidando com má fé, com suprema astúcia, os roubos, os desvios, os escandalosos crimes de lesa-economia perpetrados por uma minoria que na mangedoura orçamental devorou com voracidade todos os nossos recursos, toda a nossa capacidade disponível, levando para paraísos fiscais o suor de todos nós, hipotecando o nosso futuro mas garantindo para essa minoria e seus familiares um futuro radioso e próspero. É este PR o seu ideólogo, o seu mentor, o seu feitor da quinta...
O povo está são, está atento, sabe que os responsáveis da doença económica estão aí, respirando saúde financeira, acobertados por um «Sistema» caduco, permissivo, que é capaz de punir mais rapidamente quem denuncia as arbitrariedades e os esbulhos, do que quem os pratica.
É preciso mudar o «Sistema» de valores que nos norteia, o enquadramento jurídico-político que está na génese desta doença. Culpar o povo, lato sensu, é rematada estultícia. Para bom entendedor...

4 comentários:

Graça Sampaio disse...

O povo está doente? Só se for por ter de aturar este trambolho como PR!

Gosto destes seus versos. Gosto da ironia! O pior é que vamos ter de "aguentar e cara alegre"!

Manuel CD Figueiredo disse...

Parece que adivinhava: o culpado é o povo! Terá bom remédio, diz o PR: cure-se!

Este senhor não faz lembrar um pastor da IURD ou coisa do género?

José Leite disse...

carol:

O povo estava «doente» quando o elegeu... certamente... e ele ainda se ri desse mesmo povo!

O povo já viu o que a «casa gasta»... enfim, mais um «foleiro» para engrossar o rol...

José Leite disse...

Comandante:

Ele tem do ridículo a exacta medida.
A doença do povo qual será?!
O consumismo, o clientelismo, o nepotismo?!
Ele bem sabe que de tanga, outra vez, o povo não tem mais para ser espremido...mas dizer as verdades dói, sobretudo quando se tem entre os responsáveis da «doença»
económico-financeira as doces criaturas que todos nós conhecemos de gingeira...

Algumas até têm casa para passar as ferias junto dele. E com a GNR a pagar o patrulhamento...

Criatura bipolar que não tem dúvidas e raramente se engana... Deus que se cuide, há quem lhe queira tirar o lugar!...