terça-feira, novembro 14, 2006

LÍDIA JORGE, a rendilheira...







Vogando ao vento, feliz,
No jardim-literatura
Ser prodígio, um dia quis
Semeou, criou raiz...
Ganhou porte, está madura!

Sua ramagem murmura
Ao ouvido popular
Encanta a mensagem pura
Mansa e cheia de bravura
Tão silvestre e singular!

Nua e crua!, verdadeira!
Tão prenhe de oralidade
Vibrante como a bandeira...
Fantástica prisioneira
Inspirando liberdade!

Água pura em cachoeira
Cristalina, transparente,
Sempre alerta na trincheira
Combatente de primeira
Às vezes... contra a corrente!

Sem rede, voa arriscando,
Tudo por tudo, sem medos...
Qual rendilheira bordando
Sonhos e rendas criando
Por magia dos seus dedos!

Matusalém

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