Amália Rodrigues & Rui Rio
(Ficção - Desgarrada - Cultura)
Rui Rio
(Poder)
A câmara não tem cheta
Cultura, de mim tem pena!
Sinto-me um touro na arena
Que queres que eu te prometa?!
Não dá, podes crer, não nego
P'ra mandar cantar um cego!
Amália Rodrigues
(Cultura)
Dá-me ao menos liberdade
P'ra criar ou criticar!...
O Porto, invicta cidade,
Com mordaça vai ficar!
Só queres que diga amén
Ninguém pode criticar!...
O Porto fica refém
Desse capricho sem par...
O Poder
Ao que tu chamas mordaça
Chamo eu de precaução...
O Poder não acha graça
Ao sentir mordida a mão
A mão que lhe deu o pão!
A cultura
O pão que dás não é teu!
Impostos de todos nós
Nem é teu o Coliseu...
O Porto sente que é seu
Também ri, Rio, de vós!
O Poder
O economista é que fala:
Se a cultura já não rende
Se bilhetes já não vende
O melhor é encerrá-la!
A cultura é desperdício
É lixo, não tem valor...
Não traz qualquer benefício
Sem ela... o Porto é melhor!
A cultura
Oh Rio de águas revoltas
Vais p'ró mar da estupidez
Agora, vais e não voltas
Não vais ganhar outra vez!
Com galhofa e ironia
Vou cantar um Fado Novo
Fado do Rio que ria...
Mas... afinal... eu diria
Quem riu no fim... foi o povo!
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MAS... AFINAL... EU DIRIA
QUEM RIU NO FIM... FOI O POVO!!!
Matusalém
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