terça-feira, novembro 14, 2006

EUSÉBIO, o pantera negra...



Etno-povo, Etna-vulcão?
Pantera negra, uma fera,
Supra-sumo da paixão
Sol e vento em profusão
Semi-deus, este pantera!

Alma pura, imaculada,
Vestindo um sorriso eterno
Bola, criança mimada,
Com virtuosismo embalada
Sorrindo ao afago terno...

O seu pé-canhão dispara,
Catapulta divinal...
Eusébio salta, ave rara,
Novo sorriso escancara
A Luz desaba, infernal!...

De Moçambique natal
Trouxe a singela humildade
Foi soldado-general
Rouxinol, águia-real,
É lenda prá eternidade...

Seu futebol foi magia
De feiticeiro nativo,
Trouxe o vírus da alegria
E propagou pandemia
Deixando o mundo cativo!

Ao patamar da mestria
Alcandorou-se altaneiro
Modéstia por companhia
Amante da simpatia
Tão simples quão verdadeiro...

O mundo fica abismado:
É golo de Portugal!
É um poema, é um fado,
Todo um povo subjugado
Ao golo sacramental!

Golos!, a feliz paixão,
Filhos de um raro fulgor
Pura glorificação
Da arte feita canção
Em honra do Criador!

Alma nívea, tez morena,
Um poeta dos relvados...
Cada bota era uma pena
E a bola, linda e serena,
Ria aos golos-namorados!

O coração popular
Deu-lhe lugar de eleição
Colocou-o num altar
Jamais o irá olvidar
Rosto forte da Nação!

Matusalém

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