Antevisão do discurso de Sua Excelência o «Provedor do Povo»
(discurso plausível, que não o real)
Portuguesas e Portugueses:
Hoje, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, é o momento certo para agradecer a todas as entidades que ao longo dos tempos foram tendo uma influencia benfazeja no nosso viver coletivo. Gratidão, esse nobre sentimento que orgulha os egrégios descendentes de Viriato, deve ser alargada e não pode circunscrever-se a simples prato de lentilhas a este e àquele, tantas vezes um pagamento de facturas eleitoralistas, como já aconteceu, infelizmente, no passado.
Não, não vou agraciar aqueles a quem devo favores pessoais, não vou premiar alguns que contribuiram generosamente para a minha campanha eleitoral, não vou usar este glorioso momento para fins pouco éticos ou para branquear imagens degradadas, como tantas vezes aconteceu com alguns dos meus antecessores...Não, vou ser mais justo, mais generoso ainda, vou agraciar quem tanto nos tem beneficiado no passado e nunca viu reconhecido esse altíssimo mérito.
Vou corrigir uma grave omissão dos meus antecessores; vou, solenemente, condecorar alguém que tem contribuído de forma assaz luminosa para o engrandecimento espiritual, material e transcendental de toda a comunidade lusíada, esteja ela onde estiver. Para trás ficará o ominoso olvido a que essa Entidade foi votada, e, de ora em diante, ficará parcialmente paga uma dívida de gratidão que jamais será totalmente resgatada. Uma singela condecoração é apenas um sinal, um gesto, uma atitude mental, uma postura cívica, jamais poderá ser um ressarcimento total de tantos e tantos benefícios auferidos por toda a comunidade lusíada ao longo de décadas.
Desde 1917 que esta Entidade tem contribuído para a nossa prosperidade, para a nossa fuga a guerras, para a nossa salvação em momentos críticos.
Recordo que ainda há apenas alguns dias ela contribuíu para que a fera e taciturna Troika aplacasse os seus exacerbados e demoníacos propósitos contra nós, e aceitasse esportular mais uma tranche de alguns milhares de nilhões de euros. Grato fui, na altura, e disso fiz reconhecido eco na comunicação social.
Ainda no dia 7 de junho, em pleno estádio da Luz, ela nos fez mais uma generosa dádiva: fez com que aquele remate do Postiga fosse tabelar num russo e depois de embater na parte interior do poste, fosse entrar na baliza russa, para gáudio de milhões de almas lusas espalhadas pelo mundo inteiro!!!
Sabemos que ela não gosta da Rússia e dos russos, disse-o em tempos idos, e quis mais uma vez mostrar a simpatia pelas nossas gentes!!!
Portuguesas e Portugueses:
Seria tremenda injustiça continuar a esquecer estes benefícios enormes, estas manifestações de um carinho e de uma devoção inestimáveis à nossa comunidade. Por isso, à Rainha de Portugal, à Toda Poderosa Maria de Nazaré, que em Fátima se assumiu como nosso aliada indefetível no Além, vou agraciar com a Grã Cruz de Cristo.
Este ano, que me perdoem todos os outros, não haverá condecorações para mais ninguém. Perante ela todos somos ninguém....
Nota: nada garante que este discurso possa ser alterado à última hora, como já tem acontecido tantas vezes...
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