Concedeu uma entrevista à revista «N. G.» onde dá conta de tudo. Foi há tempos atrás, ela, qual águia predadora com garras libidinosas garantiu que apanhou a lebre, nas pradarias do norte. A lebre, conhecido autarca, que empunha de forma aguerrida a bandeira nortista e solta labaredas de ódio aos sulistas e elitistas, sempre ostentando uma pose de estadista, debitando melífluas e calculistas oratórias nos púlpitos mediáticos, ficou rendida, hipnotizada até, aos seus encantos. Ela conta que lhe espetou as ventosas labiais com desmesurado vigor, levando-a à luxúria libidinosa. Ela, a odalisca de luxo, já liberta das amarras do velho (como ela passou a denominar o generoso protetor que tentou achincalhar, no célebre livro «Eu, odalisca...»,), passa os dias a falar de conquistas, de romances, de aventuras de alcova. O calor da noite prolonga essa pose exibicionista...até ao alvor da madrugada...
Como o pescador gabarola (ou caçador...) ela empolga os leitores e empolga-se a si própria exibindo troféus atrás de troféus...
Enfim, este veado que ela ostenta agora no seu memorial privativo, é peça cobiçada. Segundo a odalisca, já tem outra paixão, outro ancoradouro, feliz, segundo ela. Não quer beliscar essa felicidade mas não se coibe de elogiar os seus dotes de macho latino, a sua forte e férrea capacidade de persuasão, tão capaz de elevar uma dama ao everest da sensibilidade, como de fazer atingir o êxtase, uma plateia de ingénuos úteis, pasmados com tão caudalosa erudição!
Ela é assim, vernácula, sincera, incontinente! e ainda não disse tudo... talvez com medo do velho...
Como será o seu próximo livro?!
O mumdo literário está expectante, antegozando as delícias da sua refinada verbe, o esplendor da sua fulgurancia intelectual, enfim, o parto mais ansiado por todos os amantes das letras...Ela merece, o seu rosto angelical moldado em mármore de Carrara, mais parecendo o de uma vestal romana ou de uma Vénus, é capaz de seduzir o mais sisudo dos clérigos, o mais puritano dos monges...O seu odor é mais corrosivo do que os cedros do Líbano!
Odalisca ninfomaníaca e escritora de méritos firmados, ela sublima o coito, santifica a obscenidade, e transforma em obra de arte a magia erótica que cultiva com mestria...
Poucas escritoras em Portugal podem ombrear com o seu talento, a sua sensibilidade estética, o seu clímax literário! Nela, a palavra é um orgasmo permanente, o zénite da emoção, o clímax da eroticidade pura...Será que Saramago tem nesta mulher a herdeira do seu talento, a continuadora da sua saga, ou será que a este fulgor tão esplendoroso se seguirá um apagão?!
O mundo inteiro aguarda, com fundadas expetativas, o desabrochar da rosa...
2 comentários:
Não faço a mínima ideia de quem seja a "odalasca"...nem o autarca! :-))
Nem é preciso. É tudo fruto do imaginário coletivo...
ela, a continuar assim, corre o risco de vir a ganhar um Nobel...
Postar um comentário