Há muitas teorias sobre este facto. Sim, se tudo tem um princípio também há-de ter um fim. Por vezes algumas seitas religiosas especulam dizendo que ele está próximo, que os sinais estão aí para todos verem e analisarem. Apontam-se datas (lembram-se da véspera do ano 2000?) e afiançam-se conjunturas astrais como prenúncio do fim do mundo. Não sei, nada sei e nem tenho pretensão em saber. Resta-me pensar no quotidiano e na coesão social, na justiça e cumprir a missão a que Deus me destinou: denunciar os abusos, apontar as megacorrupções que são a causa geradora da injustiça social e do caos que impera urbi et orbi.
Tenho esta singela ambição. Não, há muito perdi a ambição política ou financeira, agora sou um combatente nesta trincheira. E os danos colaterais sofridos são imensos. Feridas que geram cicatrizes que para mim são louvores e condecorações...
Contudo, quanto ao fim do mundo, resta-me sorrir e pensar apenas naquele olhar espantado do nosso pároco de então, o saudoso e sempre reconhecido pela sua sabedoria e magnanimidade (Padre Batista de Sousa) que ficou encalacrado quando um miúdo, muito vivo e esperto (M. Curval), na catequese, (já faleceu, coitado, ainda muito jovem), lhe perguntou:
__Senhor abade, quando vier o fim do mundo e todos ressuscitarem, como vai ser?
__Vai ser o quê?!__ inquiriu o bondoso padre.
__Sim, se não houver mundo, vamos todos ressuscitar, vivemos onde? No ar? E a comidinha quem a vai trazer?
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