quinta-feira, maio 31, 2018

Portugal no mundial da Rússia


As perspetivas de Portugal são francamente desfavoráveis atendendo a vários condicionalismos:

1- A maior parte dos atletas estão desgastados por uma época atribulada onde se destaca  o autêntico terrorismo perpetrado em Alcochete e que causou mossa nalguns elementos. Outros há,  que por não terem tido condições de integração atempada,  não poderão dar o máximo.

2 - O figurino de jogo habitual (4 x3 x 3) mostra-se pouco adequado para enfrentar formações com grande disponibilidade física (Alemanha, França, Espanha, por exemplo) e  não é de um momento para  o outro que tal vai mudar. Seria muito mais adequado um 4x4x2 em que os médios fariam de extremos e o vaivém constante seria uma forma de minimizar a nossa falta de estrutura morfológica.

3- Não temos defesas centrais  à altura desta prova exigente em termos físicos e táticos.  Pepe já não tem frescura nem velocidade de execução, Bruno Alves idem aspas. Fonte está ultrapassado. Ruben Dias é o menos mau mas ainda tem muita verdura e imaturidade.

4- Cristiano Ronaldo, o habitual salvador da pátria está a contas com o assédio habitual (VER AQUIe não se vislumbra que assente os pés na terra... Está com desgaste enorme face à época em que obteve grandes êxitos mas  onde foi poupado em muitos jogos. O mediatismo exacerbado à sua volta só o vai prejudicar. E uma certa obsessão em colocar bolas nele, sempre e em todas as circunstâncias,  fará da nossa seleção  um alvo fácil a abater pois basta secar aquela "fonte" para tudo esboroar. Exagera nos remates à baliza e ninguém tem coragem de o advertir desse abuso que é pernicioso para todos. O efeito surpresa e a versatilidade  não existem. Começa a ostentar tiques de vedetismo e isso não beneficia a humildade do conjunto.

5- O próprio treinador, talvez embriagado pelo título europeu, ainda não assumiu o estatuto de humildade que trazia no início e entrou também ele  próprio, numa espiral de deslumbramento. Não tem pulso para corrigir o excesso de protagonismo de Cristiano Ronaldo e  o efeito surpresa já não existe pois tudo passa pelo astro, quando, numa equipa a sério, todos são astros... todos são carregadores de piano.

6- Os mediatismos excessivos criaram  aspirações demasiado altas e não se vê no plantel aquela mística de outrora. Não existe cultura de humildade. Jogar sem bola é outra das virtudes que não se vislumbram nesta equipa que vive muito  do exibicionismo de algumas  vacas sagradas...

7- O guarda-redes Rui Patrício que foi um pilar fundamental no campeonato europeu,  está muito fragilizado psicologicamente, por dois motivos: ataque em Alcochete onde foi o principal visado e  negociações complicadas com o Nápoles,  que parece optar por outro candidato...RESCISÃO

Há também  um certo numero de atletas que são brilhantes em termos de tecnicidade pura mas falta-lhes maturidade e pragmatismo tático. São os chamados "brinca-na-areia" que nada contribuem para a eficácia do conjunto dando oportunidade ao adversário para se recolocar evitando surpresas. William de Carvalho que será o substituto de Danilo no miolo do terreno apresenta-se também vítima da sindroma de Alcochete e tem a cabeça centrada na futura transferência. Jogador que erra muitos passes, abusa do passe longo sem nexo nem oportunidade, criando muitas situações de  entrega de bola ao adversário. Está com os índices de confiança anímica assaz reduzidos. Enfim, há peças-chave que estão completamente off-side...



Conclusão: Sem querer ser pessimista, mas após uma análise séria e profunda, Portugal se passar da primeira fase (o que será difícil) não deverá ir muito mais além,  não devendo chegar aos quartos de final... Chegar à final seria milagre... Talvez nem sequer consiga vencer um único jogo.

PS: Empatamos com Espanha e com o
Irão e vencemos tangencialmente -Marrocos. Passar à fase seguinte já foi muito bom. Derrapamos contra o Uruguai e viemos para casa como já se previa. Jogadores como Ronny Lopes, João Cancelo, Ruben Dias ou Gonçalo Paciência poderão, num futuro próximo, dar outro ar a esta seleção. O próprio treinador, se assumir os erros aqui já antevistos, poiderá também dar outra perfomance e outro protagonismo.


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