segunda-feira, abril 23, 2018

Lideranças corruptas...


O grande mal deste país__ e não sou eu a dizê-lo, mas tantas e tantas organizações de cariz pedagógico__ é que a corrupção mina as estruturas da democracia.
Tudo  começa nas campanhas eleitorais. Gastos e ostentações faraónicas para encher o olho e dar boa imagem ao Zé Povinho. Depois, alguém irá pagar a factura. Enfim,  quem ganha, por gratidão (a antecâmara da corrupção) tende a favorecer este e aquele que "investiu" nas campanhas...
Está tudo controlado. Um líder só por si não consegue tudo. Há as marionetas de serviço que impulsionadas por lideranças mafiosas, fazem o jogo sujo, dão tudo e não se preocupam com a lesão patrimonial causada ao erário público, enfim, a todos nós contribuintes. 
Veja-se a chamada "LISTA DE GODINHO" e analise-se em pormenor o impacto desse "investimento" nos políticos amigos na esfera do erário público: dá um presunto e recebe uma vara de porcos!!!...

Confesso que desde há muito me desiludi da política e nao tenho ambições. Mas tenho a ambição de abrir os olhos e elucidar aqueles que andam embriagados pela partidarite.

Uns partidos mais, outros menos, todos,  em doses variáveis, compactuam com fenómenos pouco éticos,  vilipendiam a democracia.

Os casos vão surgindo como as cerejas. Agora, o novo arguido Dr Manuel Pinho, ex-ministro de José Sócrates, vem à baila.

Já na época eu censurei o gesto magnânimo da EDP em fazer mecenato numa universidade americana. Portugal, um país pobre, em sérias dificuldades,  a armar em rico!

Longe estava de saber que houve "incentivos" vários. Uma "esmola" dada por Ricardo Salgado (do ex-BES), quiçá agradecido por favores na EDP (de quem o ex-BES era acionista de relevo...) serviu para a compra de um luxuoso apartamento pelo Dr Pinho! Ao que consta (e ainda não é segura esta informação) o mecenato à universidade serviu de contrapartida para pagar os salários ao referido ex-ministro...
Se fosse na China iam todos para o cadafalso!
Cá, a justiça anda a passo de caracol e a presunção de inocência vai dar um manto de impunidade aos prevaricadores. E ai de quem ousar questionar a idoneidade e o carácter destas "vacas sagradas", pois haverá sempre um juiz de serviço (talvez politicamente grato, ou "avençado" em alguma offshore...) que dirá mais ou menos isto: «os termos usados são de molde a lesar a honra e bom nome do visado...»

Mesmo que seja verdade, e se venha a provar até muito mais do que agora se sabe, as palavrinhas são "julgadas" de forma absolutamente ridícula e de molde a atacar quem teve a ousadia de beliscar a "vaca sagrada"...

Já tive um juiz que perante o termo «onde pára o dinheiro?», achou que era um ataque à honra e bom nome de  um órgão!!!
Havia um lapso numa acta, uma omissão grave, daí a minha interrogação perante uma entidade de tutela!!!
Não acusei ninguém, não pus o nome de ninguém, mas o juiz, achou que estava a lesar a honra e bom nome de um órgão colegial!!!

Era bom que o teor dos interrogatórios feitos a algumas "vacas sagradas"  fosse  divulgado publicamente, pois, senão, dada a cobertura mediática de que dispôem, serão os procuradores e magistrados  linchados na praça pública!!!

O juiz Carlos Alexandre tem sido atacado em todo o país, nas jantaradas de desagravo  promovidas por politicamente gratos e nas intervenções folclóricas feitas nas universidades e em diversos areópagos mediáticos. Ele tem o dever de reserva e está impedido de replicar.

Ora, se não houver transparência, se não se conhecerem os termos da realidade subjacente, a opinião pública fica intoxicada pelos prevaricadores, e, quem surge linchado são os elementos da justiça. Essa é que é a verdade nua e crua. 

O Sr Presidente da República exigiu aos jornalistas  um escrutínio implacável (ipsis verbis...) dos poderes públicos. Disse também que «os jornalistas só têm poder se nunca se vergarem aos poderes...». 

Ora, é no interesse público que devem ser divulgadas as escutas e os depoimentos dos visados para que o público __ juiz também, em plena democracia__ possa fazer o seu escrutínio de forma equitativa e serena.

José Leite de Sá

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