Diz que a Curia sofre de Alzheimer espiritual
Chama "assustadores e neuróticos" a alguns padres
Critica cardeais e bispos por explorarem freiras...
Garante que dois por cento dos padres são pedófilos
Garante que um pai ateu está no céu!
Papa garante que cachorros vao para o céu!
Há quem pense que um verdadeiro líder não pode vir à praça pública vergastar os subordinados. Esta filosofia dá origem a certa opacidade e falta de transparência que são a mãe de todas as perversidades. Defender a instituição à outrance, é ser cúmplice, é calar e consentir, é compactuar.
Salazar protegeu os excessos da Pide/DGS e os ballet rose que poderiam dar má fama. Queria manter a todo o custo a fachada de reino de vacas sagradas e aquilo tornou-se numa pocilga.
As ditaduras procuram o recato, a opacidade, para se protegerem do escrutínio popular. Os verdadeiros democratas, os líderes autênticos são transparentes, cultuam a verdade e sabem que a sanção pública pode ter efeitos regeneradores.
Este Papa diz que há bispos a viver na opulência, que não são a imagem que gostaria de ver nesta Igreja, num contexto difícil, onde as desigualdades são cada vez mais gritantes. _Ele sabe no que deu o silenciar, ocultar, o proteger__ em nome da defesa da sacrossanta instituição__pois a opinião pública vai sendo alertada um pouco em todo o lado para os desmandos, os abusos sexuais, as perversões, os nepotismos. Ele tem consciência do perigo da opacidade.
Dizem alguns que um verdadeiro líder deve resolver os problemas no recato
das sacristias e longe dos mediatismos. Que é a maneira mais eficaz de proteger a instituição da devassa pública. Que não expõe, não dá censura pública.
Enfim duas correntes de liderança. Dois pontos de vista diametralmente opostos. Onde estará a virtude?
Não é facil agradar a gregos e troianos. Os excessos__ quer para a transparência, quer para a opacidade__ pagam-se caro.
É na prudente utilização destas duas metodologias que estará a solução ideal. Qual a dose certa? Não há balança nem instrumento capaz de medir. Há que ter bom senso e sentido de responsabilidade. Os que se queixam de devassa, muitas vezes, são os que temem perder privilégios e estão a usufruir de benesses e privilégios ; os que estão a sofrer as consequências de uma situação injusta, querem mais transparência e justiça social.
Alguns dizem que este Papa em vez de ser o cimento agregador é o camartelo demolidor, que com esta prática de transparência e verdade vai acabar por fazer implodir a Igreja.
Será? Não será? O futuro é incerto. Por vezes as ditaduras duram muitos anos. As democracias por vezes cometem excessos e também podem sucumbir. A Igreja precisa de uma revolução, isso ninguém duvide. O ocultismo degenerou em impunidade. Agora, procura-se,na transparência, mais verdade e mais justiça. É bom ou mau?
Penso que este Papa está no bom caminho e todos aqueles políticos, educadores, dirigentes desportivos, professores ou simples opinion makers que adoptam uma postura de rigor e transparência são os obreiros do futuro, os cabouqueiros da verdade e de uma democracia em plenitude. Os outros, os que pugnam pela defesa acèrrima da opacidade (por vezes em nome de altos valores como a defesa da instituição...) seguem o caminho errado da História. A transparência, doa a quem doer, é um dos pilares da civilização. Tal como a justiça social, a liberdade de expressão, a igualdade de oportunidades.
Jose Leite de Sá
(militante da transparência)
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