terça-feira, setembro 05, 2017

Novo Hitler ou exibicionismo tolo?!



Todos  os líderes que procuram eternizar-se no poder usam métodos patológicos para concretizarem esse desiderato. O medo de perder o lugar cria obsessões paranoicas capazes de desencadear fenómenos onde o delírio persecutório é o denominador comum. O líder norte-coreano (e não só) ostenta todos os sintomas dessa patologia. Aquele sorriso escancarado é uma forma de exorcizar o medo, medo terrível de ser apeado do poder, pois sabe as malfeitorias que tem protagonizado, sabe o ódio que semeou e  teme os reflexos. O povo, com medo de ser mal interpretado pelo líder e da sua entourage, bate palmas, sorri, endeusa o chefe com frenesim.
Já Hitler fazia a mesma coisa no seu tempo. Ai daquele que não batesse palmas nos seus comícios, ou manifestasse uma atitude indiferente, era logo retirado  de cena pelos SS que o interrogavam de seguida. Diz-se que Saddam Hussein também atuava assim. Usava o terror para se impor e ai daqueles que não manifestassem um sorriso, uma vénia, um salamaleque,  na sua presença. Um dia chegou a uma aldeia,  de surpresa. Foi surpreendido por um grupo musical para o homenagear. Quis saber quem, fora o autor da "proeza". O responsável, desconhecendo que Saddam  detestava  que se anunciasse a sua presença (com receio de atentados), levantou o braço, sorrindo. Esperava ser alvo de um gesto de gratidão.

Recompensa?! Um tiro. Sem qualquer explicação! Abatido logo ali, a sangue frio,  perante a surpresa  (e o terror) dos circunstantes.

Enfim, todos os ditadores sofrem de patologias similares fruto do ambiente gerado  por manobras assassinas,  e sabem que a qualquer momento a sua presença pode ser motivo para um ataque. Motivos não faltam, e eles sabem bem disso...Daí...

Agora este cretino  norte-coreano anda a lançar  mísseis capazes de transportar ogivas nucleares. Está a mostrar um potencial bélico inimaginável para exibir  ao povo que é temido no mundo inteiro, e quer ser motivo de orgulho. Tal qual alguns autarcas que passam a vida a fazerem  queixinhas ao tribunal por alegados abusos de liberdade de imprensa, para mostrar à populaça que são temidos, "respeitados", têm "poder"!!!

A mesma filosofia intimidatória, o mesmo modus operandi, muito embora  os meios usados sejam de índole substancialmente diferente. A escala é menor, mas a simbologia é similar.
O mesmo denominador comum: intimidar, mostrar que se tem "prestígio" pelo medo inspirado, exibir  de forma doentia o poder de fazer gastar dinheiro e causar embaraços aos cidadãos comuns...
Enfim, o mundo vive em estado de alerta por causa de um louco. Penso que é mais para consumo interno, para desmobilizar aqueles que teimam em resistir e derrubar o monstro assassino. Mas pode não ser só isso. Pode querer ficar na História (outro sintoma da mesma patologia) e dar início a uma Guerra Mundial só para saciar a sua ânsia de protagonismo, o seu ego inchado de vaidade, o seu narcisismo paranoico.

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