Ainda não batemos no fundo, a caminhada é irreversível, os sintomas são preocupantes.
O Estado precisa de cortes, profundos, cirúrgicos, inadiáveis. Mas onde?!
É óbvio que em termos de sustentabilidade__ não contando com receitas extraordinárias...__ e estando as receitas abaixo das despesas só existe uma solução: ou aumentar mais as receitas, logo os impostos, ou diminuír os custos fixos do Estado, logo cortar nos custos fixos.
A esta negra realidade não há como fugir. Todavia, há que apontar o dedo aos locais onde cortar. Os partidos da oposição (não só os desta, mas os da outra, antes desta maioria) foram demagógicos, populistas e nada pedagógicos. Há que cortar nas Forças Armadas, na Saúde, na Educação, na administração pública, em sentido lato. Se não for através de despedimentos, que o seja nas mordomias: frotas automóveis de autênticos marajás, cartões de crédito abusivos, regalias nos mais variados domínios.
Se isto não bastar, os despedimentos são inevitáveis.
Tudo isto porquÊ?
O clima de festim permanente atacou tudo e todos. A ânsia de ganhar eleições a qualquer preço, fazendo inchar o aparelho de Estado infestando-o de fieis, foi algo alarmante. A racionalidade económica deu lugar ao populismo, ao despesismo infrene, enfim, no poder tivemos especialistas em ganhar eleições e não, como deveria ser, especialistas em bem administrar, em adequar os recursos disponíveis às reais necessidades.
Agora as purgas são inadiáveis. estamos no purgatório, pelos pecados cometidos por todos os partidos, sobretudo os do arco da governação, os que mais peso têm na comunicação social.
Os veículos alienantes foram deixando fluir cortinas de fumo que faziam silenciar as negociatas, as vilanias, as torpezas__ mas excelentes negócios para alguns, que estão riquíssimos, vivendo prosperamente e guardando fabulosos pecúlios em autênticos paraísos__ e, pelo contrário, as vozes do bom senso e da censura sadia foram ostracizadas e vilipendiadas.
Procuram a todo o transe perpetuar-se no poder os malfeitores, os capitães do forrobodó, as marionetas de uma pseudoelite que na sombra controlava tudo. Não vale a pena apontar nomes. Todos os conhecemos pois o alarido que fazem na comunicação social é sintoma óbvio e deprimente.
A Europa do norte vive mais recatada, tem mais a noção da boa administração, não se deixa enredar pelas teias do populismo de pacotilha que campeia no sul.
O futebol é o narcótico por excelência que continua a endeusar ídolos de pés de barro, a colocar falsários e tratantes em lugares de destaque; tres jornais desportivos diários que se repetem diariamente, até à náusea, nada dizendo de concreto, só divagações, sonhos, tiradas patéticas, estatísticas atrás de estatísticas, que provocam saturação! Mas com uma função óbvia: alienar, imbecilizar, remeter para a superficialidade o vácuo e a ilusão embriagantes. As massas ficam mais concentradas em ninharias, canalizando os seus ódios de estimação para os árbitros, os jornalistas, os dirigentes, olvidando a governação, os abusos do poder, as gestões danosas a todos os níveis.
Um país a desfazer-se, a chama patriotica a estiolar-se pouco a pouco e os grandes responsáveis pelos roubos, pelas ocultações, pelas gestões ruinosas a adularem-se mutuamente. A impunidade essa é a marca indelével que se vislumbra nos principais obreiros da crise.
Asinus asinum fricat__ grosso modo: o burro coça o burro...__ é o que vemos todos os dias na comunicação social. E há cada burro, mesmo na cátedra governamental, que já tresanda...
Enfim, este é um desabafo para memória futura. Para que os nossos netos não digam que o país se foi afundando, arruinando, e que ninguém ousou por cobro â criminosa tarefa...
Um comentário:
saudade do teu canto no meu parole..
bjs.Sol
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