sexta-feira, setembro 21, 2012

O DISCURSO IMPENSÁVEL...

O dia em que ele falou verdade ao país!

Portugueses:

Tendes, mais do que ninguém, o direito à verdade. Verdade nua e crua. Sem subterfúgios, sem manobras ocultas ou distorções manhosas.

De facto o país já não tem soberania, perdemo-la há muito. Agora, não passamos de paus mandados, somos marionetas dos nossos credores. O povo já nada ordena, por mais manifs que faça, por mais gritos que dè na rua, por mais histerias coletivas que surjam na praça pública.

Este governo tem de fazer que o troika manda. Mais pentelho menos pentelho__ como diz o professor Catroga com a sua ironia__ a receita, ou melhor a pena, está traçada de há muito: austeridade, austeridade, austeridade.

A União Europeia é um embuste, uma falácia, um cancro. A banca põe e dispõe a seu bel prazer. O grupo de Bildeberg gizou a estratégia e os paus mandados de todo o mundo cumprem-na  sem tergiversar. Esta é que é a verdade pura, nua e crua. Nada há a fazer perante este cenário. Se firzermos o que o povo quer e exige, na sua legítima manifestação de vontade expressa  nas ruas, temos em cima de nós, como carrapatos sequiosos, os mercados agiotas. As agências de rating atiram-nos ao fundo do poço. Vamos para a lama.

 Que fazer?! A mísera resignação, ou a luta?!

Mas lutar como? Nós estamos atados de pés e mãos, os governantes não passam de «cipaios» como os que existiam na Índia ao tempo  da colonização inglesa. Estamos colonizados pela Alemanha e não temos volta a dar. A bota cardada de Hitler foi substituída pela melíflua linguagem dos mercados, pela gama de instrumentos opressivos saídos das meninges de Bildeberg! Os «filhos de Bildeberg» estão bem instalados na vida, ocupam cargos prósperos e rentáveis, e não querem saber da independência nacional para nada, nem do povo, para coisa nenhuma. Eu próprio, reconheço que não passo de figura decorativa, mais dispendioso que a Casa Real espanhola sem dúvida, mas sem poderes, sem margem de manobra, sinto-me aprisionado na tenebrosa teia de Bildeberg!

Resta-nos um remota esperança. Lembram-se de Saramago falar na Jangada de Pedra, numa subtil metáfora apontando o rumo para uma fusão ibérica?

É o nosso último recurso. Somos bons, somos os melhores do mundo com a stick na mão. Vamos correr a Alemanha a varapau e vamos formar uma união ibérica capaz de fugir a esta tenebrosa teia tentacular. Criamos uma nova moeda, o íbero, e vamos em frente. O mundo respeitar-nos-á, de certeza. Com o pau na mão não há quem nos derrote!

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