domingo, setembro 16, 2018

Elites e partidocracias

Hoje em dia quando analisamos friamente o trajeto de algumas "elites"  da nossa panorâmica cultural, política, financeira,  ou até empresarial. verificamos que tiveram diversos apoios ao nível das máquinas partidárias ou dos detentores do poder financeiro. É óbvio que todos nós, inseridos nesta megaestrutura nas suas vertentes mais diversificadas, estamos condicionados e limitados na ascensão profissional e social, lato sensu.
  O respaldo partidário é importantíssimo e ai de quem ousar pensar o contrário. quem tiver a ousadia de peosar por si,  abdicar de apoios ao nível do poder político partidário será esmagado. Daí que quase toda a gente se "encoste" a um partido (grande ou pequeno) para melhor poder  ter sucesso. Alguns até se "encostam" a vários...tudo depende do local onde têm empreendimentos.
Vemos autênticos vampiros do erário público que fizeram carreira nos partidos e daí extravasaram os seus multifacetados talentos para a vida empresarial, académica, social.
Assistimos a tantas e tão excêntricas manifestações de corrupção e de tráfico de influências que  se formos ao âmago dos problemas, veremos certamente  gente bem posicionada a dar caução ou aval estratégico a essas criaturas.

Num regime profundamente corrompido como o nosso,  para se chegar ao topo é preciso ceder a mil e uma pressões para poder triunfar. As campanhas eleitorais são a causa mor desta intrincada conivência. Assistimos a manobras e constatamos situações patológicas principalmente vindas de pessoas que nasceram pobres mas cuja ânsia de ascensão desmedida é de tal ordem que chegam ao ponto de enveredar pela tortuosa vereda da criminalidade.

O país está repleto de exemplares  com esta marca de água. Advogados que vendem a alma por tuta e meia, empresários que se deixam enredar por políticos,  delapidando o erário público e usando testas de ferro para lavarem os suculentos frutos dessa gigantesca corrupção.

Alguns, descarados e trambiqueiros,  dizem que vivem de "empréstimos". Outros levaram bancos à falência conluiados com políticos mafiosos que colaboraram na ascensão meteórica dessas criaturas sem um resquício de vergonha na cara e que não são mais que simples ladrões mas que se arvoram em vítimas da conjuntura.
Enfim eufemismos muito em voga... Prometem-se cargos a troco de favores. Dão-se valores pecuniários por decisões judiciais. A comunicação social relata apenas a parte visivel do icebergue. Há muita ocultação pois há jornalistas "avençados" por banqueiros. O que esperar da independência desses jornalistas?

Que esperar do futuro de um país onde isto se pratica às claras sem um resquício de pudor.
Uns colhem dividendos do colaboracionismo e alguns até são condecorados com pompa e circunstância. Basta doarem alguns valores para campanhas eleitorais e basta. Quem amocha é premiado. Há quem "compre" comendas...

Os outros,  os que têm a coragem de denunciar ou de levantar a ponta do véu,  são completamente destruídos e massacrados por comunicação social caninamente obediente e até por uma justiça  corrompida até à medula. Os "bons" são os mecenas artificialmente criados por esta prática aberrante,  e os "maus" são os que denunciam tudo isto. Maniqueismo primário que tenta confundir o juízo popular completamente toldado por estes ilusionistas.

J. Leite de Sá

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