Vale a pena ler e meditar neste artigo de Carvalho da Silva no JN.
Será intelectualmente honesto prescindir do diagnóstico (da crise) para agir na terapia?
Qual é o médico que não cuida de saber a patogénese, antes de receitar a terapêutica adequada ao caso concreto?
Ir só debelar ou minimizar os efeitos sem cuidar de actuar sobre as causas, é, no mínimo, imprudência crassa.
Tem sido este, infelizmente, o comportamento bizarro de quase todos os governos nos anos mais recentes.
Há causas exógenas__ há-as sem dúvida, e têm de ser tratadas a nível global pois um só país não consegue obter êxito__ e há também, e em não menor quantidade__ as endógenas.
A crise internacional com todo o cortejo de calamidades que se abateu sobre a economia europeia e todo um rosário de malfeitorias que seria estultícia estar aqui a esventrar, pois daria para um livro inteiro, não explica tudo.
A nível endógeno, há que não olvidar as associações de malfeitores que se alcandoraram a postos chave na banca__ protegidos por eminências nem tão pardas como isso...__ que geraram situações dignas de um Alves dos Reis. Estas situações foram encobertas por falta de supervisão, passe o eufemismo, ou por deliberada conivência de todo um rol de cumplicidades que seria fastidioso elencar.
Negócios governamentais absolutamente nocivos __para a economia e para o Estado, que não para os seus decisores, certamente, tendo em mira os horizontes pós-governamentais. Negócios e investimentos sem retorno imediato e sem utilidade visível para as populações, mais capital intensivos que trabalho intensivos, contribuindo para o desemprego e para o marasmo socioeconómico. Corrupções visíveis ou ocultas, degradando empresas, depauperando câmaras, esvaziando os cofres do Estado, sem que se vislumbrassem vantagens com impacto no tecido económico. Tudo isto contribuiu e de que maneira para o «estado a que chegamos»...
Mas quem vai pagar as favas? Os do costume: reformados, pensionistas, trabalhadores do Estado vítimas dos seus ineptos dirigentes e dos seus corruptos administradores...
Carvalho da Silva tem carradas de razão. O bom senso não é de esquerda nem de direita, está acima das ideologias. Se não estancarmos as causas da crise não sairemos do atoleiro pois por mais dinheiro que entre, tudo se esvai no vendaval da corrupção e do nepotismo...
2 comentários:
passando pra te desejar uma ótima semana..
e dizer que gosto muito da maneira como vc se expressa politicamente..
bjs.Sol
Excelente memória
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