segunda-feira, setembro 23, 2024

OUTONO

 Outono

CANÇÃO DE OUTONO
 
No entardecer da terra,
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.
Soergue as folhas, e pousa
As folhas, e volve e revolve
E esvai-se inda outra vez.
Mas a folha não repousa,
E o vento lívido volve
E expira na lividez.
Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E mesmo o que hoje sou
Amanhã direi: Quem dera
Volver a sê-lo! Mais frio
O vento vago voltou
 
F P.
 


 

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