quarta-feira, dezembro 20, 2017

NOVO PARADIGMA

A jornalista Ana Leal,  uma sentinela da democracia. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa  um oásis refrescante num deserto de ideias anteriormente instalado em Belém...

Temos de reconhecer que o país mudou desde a entrada do professor Marcelo   Rebelo de Sousa para Belém. Mudou para melhor.  Assim possa continuar no futuro, dando sempre uma aura de pedagogia e de intervenção cívica ao seu discurso, sem, contudo, violar o princípio da separação de poderes.

Tal como o Papa Francisco, mudou o paradigma. Tornou-se um presidente aberto ao diálogo, participativo e acolhedor, sem perder a dignidade do cargo. As suas observações sobre o escrutínio do jornalismo autêntico não caem em saco roto. Ana Leal, uma jornalista de intervenção e de investigação tem mostrado a faceta regeneradora e saneadora que deve ser apanágio de um jornalismo autêntico. Quando a justiça começa a erguer-se do pântano em que vegetou, e as verdades começam a vir a lume, não ocultando gestões danosas, os tráficos de influências e as promiscuidades entre a banca e o setor empresarial, o jornalismo ergue-se também, dando um rosto vertical, uma imagem de isenção e de seriedade que importa enaltecer.
Não, não é perseguição aos instalados, é escrutínio, é fazer incidir os holofotes mediáticos no cancro que se vai espalhando por todo o lado, ameaçando a saúde das instituições e a própria dignidade do Estado.
Ana Leal tem dado provas de honradez, de verticalidade, de coragem cívica. que ninguém duvide dos méritos imediatos e diferidos da sua atuação. Os prevaricadores, sabendo que podem estar sob os holofotes mediáticos ou sob a alçada de uma justiça atenta e não capturada, começam a temer, o poder dissuasor destes dois poderes (judicial e mediático) pode contribuir para uma maior democraticidade  e uma maior lisura de procedimentos. Já basta de laxismo e vista grossa...

Era bom que o PR, no seu magistério de influência, na sua sageza intrínseca, começasse  a condecorar gente séria e atenta aos problemas do país e deixasse de alçapremar ao pódio os falsos mecenas, que,  com uma mão delapidam o Estado e com a outra, dão pequenos pratos de lentilhas para branquearem a imagem degradada. Vimos, in illo tempore, Al Capone fazer o mesmo: era o mentor do assalto a bancos e crimes hediondos, contudo, ostentava com exuberância a faceta caritativa, visitando asilos de velhinhos  e orfanatos,

Temos por cá algumas criaturas com este  perfil. O Papa já denunciou aqueles que com uma duplicidade chocante, delapidam os recursos do Estado, esbulham o erário público, favorecendo
amigos,   assumindo por vezes  contornos de "fiduciários" ou "testas de ferro", e,  aparecendo aos olhos da turba como mecenas, ou dadores de incentivos ao futebol, ao ciclismo ou à própria Igreja.

Este Papa e este Presidente da República, têm muito em comum, sobretudo  no carácter  desmistificador do seu discurso, na desenvoltura da linguagem, na proximidade com os mais desfavorecidos, na denúncia das perversões, tantas vezes acobertadas pelo manto diáfano do mediatismo capturado pelo vil metal.

Há que correr com os vendilhões do templo. Há que expor na praça pública os corruptores e os corrompidos, para que os cidadãos não tributem honrarias a falsos messias, apenas endeusados pelo mediatismo também corrompido e serviçal.

Honra seja feita aos jornalistas como Ana Leal, José Rodrigues dos Santos, e aos juízes como Carlos Alexandre. É com esses que a nau lusa pode suportar as vagas alterosas da corrupção, expulsar a pirataria que abocanhou lugares de destaque, e chegar a porto seguro, sem temer os adamastores da venalidade  que andam por aí usando o vil metal como narcótico ou isco.
José Manuel Figueiredo leite de Sá

3 comentários:

Miguel disse...

Excelente

Táxi Pluvioso disse...

Gostei de ver essa Ana Leal perguntar, olhos nos olhos, ao secretário de Estado da Saúde se andava a papar a Paula Brito, foi o momento do ano.

Venho desejar um BOM NATAL

José Leite disse...

Bom Natal para todos os leitores e amigos deste blogue.