domingo, maio 06, 2007

Se...


Se...
Entendes que a liberdade também tem limites...
Consideras o poder um instrumento para satisfação de necessidades colectivas, e não, com às vezes se constata, mero trampolim para satisfazer ambições pessoais ou de grupo...
Medes o sucesso como corolário de um serviço e não como somatório de bens arrecadados...
Cultivas a humildade como a flor mais preciosa no jardim das virtudes.
Respeitas o adversário e lhe dás oportunidade de usar os mesmos meios de que dispões, não abusando deles para te impores...
Não exibes, com estulta ostentação, os teus feitos, esperando que sejam outros a fazê-lo...
Não te pões em bicos de pés para sobressaír, aguardando simplesmente que o tempo e a força da razão o façam.
Dás a César o que é de César e a Deus o que é de Deus...
Não procuras tapar o sol da evidência com a peneira da mentira ou da meia-verdade...
Não usas roupagens ricas para camuflar a pobreza de espírito...
Julgas que não é só pela aragem que se vê o carácter de quem vai na carruagem...
Consegues vislumbrar por detrás de um hábito pomposo, um monge cheio de mentiras...
Sabes ser perseverante, mesmo na adversidade, até ao triunfo da tua verdade.
Não andas na praça pública a exibir feitos, na maior parte das vezes, executados por outrem...
ENTÃO,
Respiras o ar puro de Abril, do verdadeiro Abril, o tal que ainda está para chegar a algumas terras. És um precursor, na verdadeira acepção da palavra.
Quando outros enchem a boca de Abril, constatamos que são, pela sua praxis, pelo seu modus operandi, filhos do vetusto 28 de Maio...
Vós, que pensais da mesma forma que eu, conservai, ao longo da vida, a pureza de um ideal que, mais tarde ou mais cedo, há-de surgir ...
rouxinol de Bernardim

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