«Alqueva estreia maior parque solar flutuante na Europa
A EDP acaba de construir um novo parque solar no meio da albufeira do Alqueva, que irá começar a funcionar em julho, tornando-se na maior central fotovoltaica flutuante da Europa colocada numa barragem hidroelétrica.
De acordo com a agência Reuters, este projeto, que engloba 12 000 painéis solares flutuantes do tamanho de quatro campos de futebol, faz parte de um plano nacional da empresa para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis importados, cujos preços aumentaram desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Segundo Miguel Patena, diretor de Inovação da EDP e responsável pelo projeto, o novo parque solar tem uma capacidade instalada de cinco megawatts (MW), custando um terço da eletricidade produzida numa central a gás.
Os painéis solares da albufeira irão produzir 7,5 gigawatt-hora (GWh) de eletricidade durante um ano, e irão ser complementados por baterias de lítio capazes de armazenar dois GWh.
A central solar vai fornecer energia a 1500 famílias, o que equivale a um terço das necessidades de Moura e Portel, duas povoações vizinhas da albufeira.
“Este projeto é a maior central solar flutuante numa barragem hidroelétrica na Europa, é uma meta muito boa”, afirma Miguel Patena.
É de notar que, na Europa, existem centrais fotovoltaicas flutuantes maiores do que a que foi instalada no Alqueva, mas nenhuma numa barragem. Em 2016, foi instalada uma central voltaica no reservatório de água Rainha Isabel II, perto do Aeroporto de Heathrow, no Reino Unido. Este último equipamento conta com 23 046 painéis e tem uma capacidade instalada de 6,3 MW. Mais recentemente, em 2021, foi colocada uma central solar flutuante num lago artificial nos Países Baixos, perto da cidade de Zwolle, e que conta com 73 000 painéis solares, tendo uma capacidade instalada de 29,2 MW.
Os painéis solares flutuantes não necessitam de terrenos para ser instalados, o que tem um custo associado. Além disso, os painéis colocados em reservatórios usados para gerar energia elétrica são particularmente eficazes em termos de custo, já que podem conectar-se com a rede elétrica existente no local. O excesso de energia gerada em dias soalheiros pode ainda ser usado para bombear água de volta à albufeira, e usá-la depois para gerar eletricidade em dias com nuvens ou à noite.
Ana Paula Marques, membro do conselho de administração da EDP, explica que o projeto no Alqueva faz parte da estratégia da EDP de “se tornar 100% verde em 2030”. Atualmente, a energia hidroelétrica e outras energias renováveis são responsáveis por 78% dos 25,6 gigawatts de capacidade instalada da empresa.
Recorde-se que, em 2017, a EDP já tinha instalado o projeto-piloto de um parque solar flutuante de 840 painéis na barragem do Alto Rabagão, em Montalegre. Este foi o primeiro na Europa a testar como é que a energia solar e hidroelétrica se podem complementar entre si.
A EDP tem já planos para expandir o projeto do Alqueva, tendo assegurado, em abril, o direito a construir um segundo parque solar flutuante com a capacidade instalada de 70 megawatts.»
In Tribuna do alentejo
Fotografia de publico.pt
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