sábado, julho 10, 2021

  A CERTEZA ABSOLUTA


TODOS TEMOS A CERTEZA!!!
Todos somos peregrinos
nesta vida, nesta andança,
cruzamos nossos destinos
entre a saudade e a esp´rança
a caminhada é igual
o rio não volta atrás
o destino é plural
um é duque, outro é ás,
alguém pode ser um santo,
outro, vilão, satanás,
todos, porém, no entanto,
um dia deixarão p´ra trás
os sonhos, as fantasias,
os ódios e as paixões
e acabarão seus dias
lá debaixo dos torrões
e ninguém pode escapar;
de nada vale a riqueza
todos somos p´ra ceifar
disso temos a certeza...
Jose Manuel Sá

 
 
 




 

sexta-feira, julho 09, 2021

E esta hein?!

Esta vida é complicada
uma incógnita, eu acho;
a mulher bem torneada
cara linda e asseada
até pode ser... um macho!

quinta-feira, julho 08, 2021

Vieira detido por fraudes de milhões


 Foi com naturalidade que ouvi hoje a notícia da detenção de Luís Filipe Vieira, o filho, o empresário conhecido por Rei dos Frangos e dois empresários de Braga O motivo: danos causados ao Benfica com fraudes de diversa natureza!

 

Enfim, fui obrigado a bloquear amigos no Facebook por dizerem que as minhas críticas eram fruto de "ódio pessoal". Fui  enxovalhado por pessoas afectas ao dito cujo, certamente movidas por  afinidades diversas que me provocavam e vexavam de forma delirante, vislumbrando-se nesse "aparato" o dedo do presidente,  que enviava "controleiros" para me silenciar e desacreditar. Hoje, respiro fundo e quero ver a cara dessas criaturas daqui para a frente.

 O Benfica estava a ser utilizado por Vieira em proveito próprio. Já não falo dos empresários que  não querem defender o clube, apenas usar o clube para enriquecerem. Vendendo gato por lebre, sacando comissões milionárias só para seu proveito pessoal. O Benfica  não foi capaz de se defender desses abutres. Pelo contrário: apoioou-os e deu-lhes "biberão".. 

Tal como aconteceu com Vale e Azevedo, fui considerado "não-benfiquista", "estúpido", por denunciar os seus atropelos e abudos, logo de início. Muitos que hoje em dia apoiam incondicionalmente LFV, também me acusam nos mesmos moldes. Todos são corruptos, dizem com estranha forma de estar mnna vida, por isso ele é esperto em sê-lo também!!!

É esta argumentação pífia de mentecaptos que são os principais responsáveis pelo estado a que chegamos a todos os níveis.

O presidente da câmara de Lisboa e o primeiro ministro, prestando vassalagem a esta criatura, estão também no rol. Não digam que nada sabiam, que foram apanhados de surpresa, quem lê a comunicação social e está atento sabe bem do que se passa há muito tempo! O polvo é muito vasto

Tal como no antigo regime, quem denunciava abusos, incoerências e  cretinices do regime, era vexado pelos acólitos do regime com nomes como "estúpido", "comunista", "invejoso", ou até "objector de consciência", são agora acoimados de coisas similares por denunciarem abusos, prepotências, situações anómalas e censuráveis.  A história repete-se. Vale e Azevedo tem um paradigmático seguidor... que"A se julgava protegido pela teia de opacidade que o rodeava.

 "


"A prociçao continua...
"Ahttps://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/benfica/noticias/a-reacao-de-rui-pinto-a-detencao-de-luis-filipe-vieira-13914448.html

 

 

sexta-feira, julho 02, 2021

A merda do senhor Soisa...

A história é verdadeira. Estes versos foram ditos pelo próprio, segundo creio, num jantar de Carnaval, em 1934. O Ministro visado detinha a paste da Agricultura do governo de Salazar e chamava-se Leovigildo Queimado Franco de Sousa. O autor dos versos era alentejano, de Évora (?), chamava-se João Vasconcelos e Sá e era avô do fadista Pinto Basto.

E X P O S I Ç Ã O

Porque julgamos digna de registo
a nossa exposição, senhor Ministro,
erguemos até vós, humildemente,
uma toada uníssona e plangente
em que evitámos o menor deslize
e em que damos razão da nossa crise.

Senhor: Em vão, esta província inteira,
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Falta a matéria orgânica precisa
na terra, que é delgada e sempre fraca!
- A matéria, em questão, chama-se caca.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Se os membros desse ilustre ministério
querem tomar o nosso caso a sério,
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade.
E mijem-nos, também, por caridade!

O senhor Oliveira Salazar
quando tiver vontade de cagar
venha até nós solícito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo com sossego,
ajeite o cú bem apontado ao rego,
e... como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho!

A Nação confiou-lhe os seus destinos?...
Então, comprima, aperte os intestinos;
se lhe escapar um traque, não se importe,
quem sabe se o cheirá-lo nos dá sorte?
Quantos porão as suas esperanças
n'um traque do Ministro das Finanças?...
E quem vier aflito, sem recursos,
Já não distingue os traques dos discursos.

Não precisa falar! Tenha a certeza
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provém da merda que juntarmos n'elas.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Adubos de potassa?... Cal?... Azote?...
Tragam-nos merda pura, do bispote!
E todos os penicos portugueses
durante, pelo menos uns seis meses,
sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente nos despejem trampa!

Terras alentejanas, terras nuas;
desespero de arados e charruas,
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sente a paixão nostálgica da merda...

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.

Ah!... Merda grossa e fina! Merda boa
das inúteis retretes de Lisboa!...
Como é triste saber que todos vós
Andais cagando sem pensar em nós!

Se querem fomentar a agricultura
mandem vir muita gente com soltura.
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala.

Venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade.
Formas normais ou formas esquisitas!
E, desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia à grande bosta,
de tudo o que vier, a gente gosta.

Precisamos de merda, senhor Soisa!...
E nunca precisámos de outra coisa.  


João Vasconcelos e Sá