«Ivo Rosa é acusado de reter os recursos interpostos pelo MP junto do 
Tribunal da Relação no caso da Operação Marquês, a qual tem como 
principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
 O juiz 
Ivo Rosa está a ser acusado pelos procuradores Rosário Teixeira e Vítor 
Pinto, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), 
tendo em conta o debate instrutório da Operação Marquês, de reter 
recursos interpostos pelo Ministério Público junto do Tribunal da 
Relação, escreve este sábado o jornal Público
 A acusação feita pelos procuradores consta de uma reclamação enviada 
para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) a 20 de setembro, na qual Ivo
 Rosa é acusado de “relegar a subida dos recursos [do Ministério 
Público] para o que se interpuser da decisão final, acabando por violar 
objetivamente a lei, e deixar o processo seguir para o julgamento 
completamente “minado!”.
 Em
 causa estão as decisões tomadas por Ivo Rosa em junho deste ano — 
referentes ao processo no qual o principal arguido é o 
ex-primeiro-ministro José Sócrates –, que considerou que os depoimentos 
do banqueiro Ricardo Salgado, no âmbito do processo “Monte Branco” e no 
caso do Banco Espírito Santo, e as declarações de Hélder Bataglia não 
podiam ser usados como prova na Operação Marquês. O magistrado lembrou, 
então, que, segundo o Código do Processo Penal, as declarações dos 
arguidos embora possam ser valoradas em julgamento, mesmo que eles não 
queiram falar, só podem ser usadas nos processos em que foram 
proferidas.
 Os procuradores Rosário Teixeira e Vítor Pinto 
recorreram de ambas as decisões de Ivo Rosa, mas, esclarece o Público, 
os recursos não foram logo enviados para o Tribunal da Relação, que tem 
como função apreciá-los, e sim para o fim da fase instrutória. Segundo 
os procuradores, Ivo Rosa “vem decidindo oficiosamente nestes autos, a 
pouco e pouco, tipo ‘conta-gotas’, pela invalidade ou pela 
impossibilidade de utilização de provas deste tipo, em vez de guardar 
essa decisão para o momento oportuno ou adequado, que é o da decisão 
instrutória”.
 Já antes o Observador escreveu que o juiz Ivo Rosa,
 que preside à instrução do processo, (uma fase que funciona como um 
pré-julgamento em que o magistrado vai decidir se o caso segue para 
julgamento, com que arguidos e quais os crimes), levanta dúvidas sobre 
algumas das provas que constam no processo. Há mesmo gravações, 
apreensões de ficheiros e quebras de sigilo que podem vir a ser 
invalidades pelo magistrado.»

Nenhum comentário:
Postar um comentário