Paulatina e sobriamente vão-se descobrindo coisas que não deveriam ter acontecido num banco que é uma referência nacional e que já foi motivo de orgulho para todos nós, a Caixa Geral de Depósitos.
A que se deveu tudo isto?
Uma miscelânea de interesses, a que não foi alheia a ânsia dos partidos políticos mais representativos em obterem para si (financiamento eleitoral) e amigos, também eles financiadores desses mesmos partidos, o dinheiro fácil que está na génese de imparidades sem conta. Dívidas de cobrança impossível ou duvidosa foram surgindo como cogumelos em manhã chuvosa.
Culpar quem ?
A supervisão?!
Esta acoberta-se na legislação que considera pouco propícia a intrusões e quiçá motivadora de corrupções e tráficos de influências; talvez haja alguma validade nesta argumentação mas não justifica tudo o que se passou.
O país assiste, perplexo, a buracos e derrapagens sem conta, fruto de abusos e de laxismos a roçar a gestão danosa e a corrupção.
Conceder créditos para aquisição de acções do BCP (com o objetivo último de controlar o poder por essa via, nesse banco) foi algo de patético e de aprendiz de feiticeiro.
Eduardo Paz Ferreira faz declarações contundentes não poupando a pouca objetividade das auditorias.
Um mundo tenebroso perpasso aos olhos do contribuinte comum cada vez mais assoberbado com uma carga fiscal excessiva e virada para pagar tolices de vária índole cometidos ao longo de anos e anos de laxismo, oportunismo, abastardamento.
A democracia não se compadece com estas traficâncias que corroem o Estado e causam danos colaterais aos mais diversos níveis pondo em causa a sustentabilidade do próprio regime.
Ou temos coragem de travar esta espiral de irresponsabilidade e de oportunismo ou seremos a médio prazo devorados pelos fenómenos supervenientes.
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